Vem aí o Festival Mariri Yawanawá

Vem aí o Festival Mariri Yawanawá

Agora no mês de julho, do dia 14 ao dia 24, o povo indígena Yawanawá celebra a quarta edição de seu Festival Mariri, na Aldeia Mutum, na Terra Indígena do Rio Gregório, próxima à cidade de Tarauacá, no do Acre.

Para os Yawanawá, o Mariri constitui um conjunto de manifestações culturais e espirituais em referência, respeito e memória dos rituais milenarmente realizados por seus ancestrais…

Às pessoas que vem de fora o Festival, realizado pela Associação Sociocultural Yawanawá (ASCY), oferece uma oportunidade única de vivência com uma comunidade da floresta.

Embora a festa seja feita para promover o encontro das comunidades da etnia Yawanawá com sua história e suas tradições, a organização aceita a participação de visitantes externos, que precisam atentar para a logística complicada da viagem.

Afinal, são cerca de 400 km de distância entre e Taraucá, depois mais uma hora de carro até uma vila de nome São Vicente, que fica às margens do Rio Gregório, e daí seguir de barco por mais oito hora até chegar à Aldeia Mutum.

As agências de viagem do Acre promovem pacotes de viagem de até 7 dias para quem quiser enfrentar a complexa logística de avião até Rio Branco, transporte terrestre até São Vicente, de depois a viagem de barco para viver a experiência única de participar de um Mariri.

Mesmo com tantas dificuldades, durante o Festival o turismo movimenta a cadeia produtiva local, uma vez que as agências contratam alimentação, hospedagem, guias, serviços de barqueiros.

Segundo Tashka Yawanawá, presidente da ASCYP, o povo Yawanawá segue, a cada ano, firmando suas tradições e costumes, seja nos festejos, nas conversas com os mais velhos, passando ensinamento para os mais jovens em sua própria língua.

A cada ano, cerca de 95% dos participantes são . Os outros 5% são turistas de várias partes do Brasil e do , informa a Secretaria de Turismo do Acre.

Os Festial serve também para fomentar o resgate cultural das diversas etnias do estado do Acre, e para promover a preservação da cultura amazônica fora da floresta.

As pessoas que vem para o Festival sempre voltam aos seus lugares contando a bela história dos indígenas do Acre e da Amazônia. Muitas delas retornam encantadas com as dormidas em rede ao som dos cantos Yawanawá durante as noites do Festival.

Festival Mariri Acre
www.agencia.ac.gov.br

Um pouco da história do Festival, conforme contada na página do Festival no Facebook:

Na Amazônia Acreana, mais especificamente na Terra Indígena do rio Gregório, está localizado a aldeia Mutum, dos índios Yawanawá.

Em 2000, o líder do povo indígena Yawanawá, Joaquim Tashka, percebeu que a ancestral estava se perdendo na aldeia: os jovens já não se orgulhavam tanto de suas origens e os costumes não eram mais passados de geração em geração.

Foi então que surgiu o Festival Yawanawá, que celebra a cultura indígena da tribo e resgata os costumes. Depois, há quatro anos, os Yawanawá organizaram mais um festival, o Mariri da Aldeia Mutum.

O festival foi mais do que bem sucedido e passou a atrair turistas de todos os cantos. Segundo Tashka Yawanawá, a popularidade do festival era tanta que se podia compará-la ao Festival de Parintins, no estado do Amazonas, ou ainda a uma espécie de “Woodstock da Floresta”.

Não é tão simples chegar à Aldeia Mutum, mas, segundo Ricardo Fraiha Araújo, organizador e iniciado em tradições indígenas, a jornada de praticamente três dias para chegar até os Yawanawá já faz parte da experiência de imersão no modo de da floresta.

Definitivamente, os turistas que embarcam nessa experiência indígena não devem ir com expectativas de se hospedar em um Tropical-Manaus ou algo do tipo, e sim com uma cabeça aberta, prontos para ver índios pintados (com roupa ou sem), experimentar carne de paca (ou macaco, ou capivara…), dormir na rede e antes de tudo: respeitar a cultura alheia.

Em nenhum momento o/a turista é obrigado/a a participar das atividades, mas tem toda a liberdade para se juntar aos rituais e brincadeiras. Quanto mais integração, melhor, seja com os índios ou com a natureza.

Existem dois pacotes disponíveis para quem quiser participar do Mariri de 2016:

Pacote 1 – Mariri
Inclui: toda a programação, hospedagem no acampamento do Festival, alimentação típica (3 refeições diárias), pintura corporal, cerimônias diurnas e noturnas, medicinas indígenas – Uni (), Sananga e Rapé, pesca com guerreiros Yawanawá, e brincadeiras diversas.

Pacote 2 – Mariri Centro Cerimonial
Inclui: todas as opções do pacote 1, mais: hospedagem no Centro Cerimonial, banho de ervas e as medicinas Kapum () e Vakuchi.

MAIS INFORMAÇÕES, INCLUSIVE TELEFONE E EMAIL PARA CONTATO, NA PÁGINA DO FESTIVAL NO FACEBOOK:
Festival Mariri Yawanawa – Aldeia Mutum – Acre

mariri acre
www.agencia.ac.gov.br


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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