Viagens ilustradas: Caderno de rascunhos de um artista

VIAGENS ILUSTRADAS: CADERNO DE RASCUNHOS DE UM ARTISTA

Viagens ilustradas: É assim que fica um caderno de rascunhos de um artista que ama viajar

Nos últimos 13 anos, o artista José Naranja vem enchendo cadernos de bolso com seu próprio diário visual. Ao ilustrar suas experiências diárias, observações, idéias e memórias, Naranja considera seu projeto em andamento como “uma carta de amor para cadernos, um vôo de fantasia e também um pedaço dele mesmo”. Cada uma das páginas de Naranja está cheia de escritos, ilustrações, selos e fotos, todos documentando lindamente sua vida como viajante ilustradas

Por Redação Hypeness ilustradas

Depois de descobrir, em 2005, os portáteis cadernos Moleskine, quase do tamanho padrão de uma fotografia e 192 páginas, Naranja se apaixonou por seu tamanho compacto. Hoje, ele faz seus próprios cadernos à mão e compartilha o processo de encadernação em seu blog. Lá ele revela: “O caderno feito por você oferece um nível de satisfação, mais elevado do que qualquer outro. ilustradas Você desenvolve a paixão e o amor por ele, seus papéis e detalhes favoritos. É uma parte de si mesmo”.

Desde estudos de cores e ilustrações botânicas a histórias, ponderações pessoais e até mesmo jogos de tabuleiro feitos à mão, os cadernos de rascunhos de Naranja são uma visão incrivelmente íntima da mente do artista. Em uma página, ele ilustra um mapa de rota de sua viagem pela América, em outro, ele desenha personagens de seu filme favorito, “The Handmaiden” (em português, “A Criada”). Naranja descreve seu trabalho como “um cofre de sonhos, idéias e experiências”. ilustradas

O artista vende uma compilação editada de seu melhor trabalho em um elaborado livro chamado “The Orange Manuscript”. Saiba mais em seu site e siga o artista no Instagram para ver as atualizações diárias de seus cadernos. ilustradas ilustradas 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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