Marabá sediará Ato Nacional em defesa do Meio Ambiente e da Amazônia

Marabá sediará Ato Nacional em defesa do e da

O cacique Raoni Metuktire, conhecido internacionalmente por sua pela preservação da Amazônia, já confirmou presença no evento
O Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia realiza nesta quinta-feira (17), na cidade de Marabá (PA), o Ato Nacional em Defesa do Meio Ambiente e dos da Amazônia. Já estão confirmados para o evento as presenças de dirigentes nacionais e regionais de entidades acadêmico-científicas e ambientais, de  e sindicais, além de parlamentares federais e estaduais de vários partidos e representantes do governo estadual e municipal. O cacique indígena Raoni Metuktire, conhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia, já confirmou presença no evento.
A abertura do Ato ocorrerá a partir das 9h com discursos de representantes de entidades que compõem o Fórum, lideranças partidárias e parlamentares, e seguirá com uma mesa de debate com o tema: “O que está por trás dos ataques à Amazônia e quais os desafios da floresta, dos rios, da  e dos territórios de seus povos”. O Ato Nacional ainda promoverá uma Caminhada pelo Meio Ambiente no final da tarde, e um Ato Político e Cultural à noite para encerrar a atividade na cidade de Marabá. A abertura e o debate serão realizados no Ginásio Poliesportivo da Folha 16, e o Ato Político-Cultural na Praça da Folha 16, no bairro Nova Marabá.
Os deputados federais Airton Faleiro (PT-PA) e Beto Faro (PT-PA) participam ativamente da organização do evento. Faleiro vai coordenar a mesa de abertura e de escuta dos movimentos sociais, e Faro será um dos coordenadores da mesa de debate.
O evento contará ainda com a presença da presidenta nacional do PT,  Gleisi Hoffmann (PR), do líder da bancada do Partido na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), do senador Paulo Rocha (PT-PA) – representando a bancada da Oposição no Senado – além dos deputados federais petistas Carlos Zarattini (SP), Célio Moura (TO), João Daniel (SE) e José Ricardo (AM).

Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia

Criado em 28 de agosto na Câmara dos Deputados, em (DF), o Fórum surgiu como uma resposta à a política antiambiental e antiindigenista do governo Bolsonaro. Além de parlamentares do campo da oposição e partidos, reúne mais de 30 entidades dos movimentos sociais e organizações de classe. Para o coordenador do Fórum, o deputado Airton Faleiro, o evento em Marabá pode servir como inspiração para novas ações.
“Diante dos ataques do governo Bolsonaro ao meio ambiente e aos povos da Amazônia, somos chamados a reagir de forma unificada contra o discurso e atos oficiais que têm encorajado predatório a destruir a Amazônia e o meio ambiente”, afirma Faleiro. Ele também destaca que o Fórum se coloca à disposição de outros estados da região e do restante do País para auxiliar em novas mobilizações.
Confira a programação:
Dia 17 de outubro, a partir das 9h – Marabá, Pará;
– 9h às 12h30, Ginásio Poliesportivo da Folha 16: Mesa de abertura e escuta dos movimentos sociais;
– 14h às 17, Ginásio Poliesportivo da Folha 16: Debate “O que está por trás dos ataques à Amazônia e quais os desafios da floresta, dos rios, da cultura e dos territórios de seus povos”;
– 17h às 18h30, itinerário a ser definido: Caminhada pelo Meio Ambiente;
– 18h30 às 22h, Praça da Folha 16: Ato político-cultural – encerramento.
Fonte:

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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