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IANSÃ, A RAINHA DOS RAIOS: UM MITO AFRICANO

Iansã, a rainha dos raios: um mito africano

Na sua juventude, Iansã viajou por muitos reinos e foi a paixão de muitos reis, entre eles Exu, Oxossi, Ogum, Logun-Edé. Para conviver com todos esses reis, a deusa se valeu de toda a sua inteligência e astúcia…

Ela não viajou por todos esses reinos e conviveu com esses reis à toa, ela tinha por objetivo aprender o máximo que pudesse sobre todos os reinos e conhecer melhor o universo. Com Ogum ela aprendeu a manusear a espada e ganhou o direito de usá-la.

Após esse feito da história de Iansã, ela viajou para o reino de Oxaguian e lá ele a ensinou a usar o escudo para se proteger dos ataques de inimigos, ganhando também o direito de usá-lo.

Continuando a sua jornada, Iansã conheceu Exu e com ele aprendeu tudo sobre o fogo e sobre a magia. Depois aprendeu com Oxossi como caçar, como tirar a pele do búfalo e como se transformar em um búfalo (com ajuda da magia aprendida com Exu).

Na história de Iansã é relatado que ela fez uma breve passagem pelo reino de Logun-edé e ele a ensinou a pescar. Depois de conhecer esse jovem rei do universo da pesca, sua aventura ainda não havia terminado.

Ela partiu com destino ao reino de Obaluaê com os objetivos de conhecer o seu próprio rosto e de descobrir os mistérios que a cercavam. Aprendeu a lidar com os mortos (os eguns) e como controlá-los. E depois de todas essas viagens, o próximo passo da história de Iansã foi decisivo, pois ela deixou para visitar por último o reino de Xangô.

Iansã acreditava que como Xangô era o mais vaidoso dos reis, com ele iria aprender a viver ricamente. Ao chegar no reino do Deus do Trovão, ela aprendeu a amar da maneira mais verdadeira e sincera que existe e se apaixonou intensamente, como nunca poderia imaginar-se amando. Ele a ensinou como dominar os poderes dos raios e deu a ela o seu coração.

Baseando-se na história de Iansã, não é uma surpresa que para os seus filhos a vida se trata de uma grande aventura, na qual os riscos e os desafios são a melhor parte da história. Tendem a ser pessoas extrovertidas, expansivas e transparentes. Elas não escondem os seus sentimentos e nem os seus anseios. Como amigos, são confiáveis e leais.

Fonte: Astrocentro

IANSÃ, A RAINHA DOS RAIOS: UM MITO AFRICANO
Imagem: Agencia Cenarium
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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