No G20, Lula fala em criar Mobilização Global contra Mudança do Clima

No G20, fala em criar Mobilização Global contra Mudança do

assumiu a presidência do grupo neste final de semana. Presidente brasileiro também cita como lemas a transição energética e combate à .

Por Cristiane Prizibisczki/O Eco

O presidente Luiz Inácio Lula da assumiu, no domingo (10), a presidência simbólica do G20, durante o encerramento da 18ª Cúpula de Líderes do bloco, realizada em Nova Délhi, Índia, durante o final de semana.

Em sua fala, a proteção ao teve destaque. Lula abriu seu discurso citando a tragédia climática que o Rio Grande do Sul tem vivenciado e disse que a natureza precisa ser cuidada com “muito mais carinho”.

“Gostaria de dizer às autoridades aqui presentes que a natureza continua dando demonstração de que precisamos cuidar dela com muito mais carinho. Esta semana, três dias atrás, no meu Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul, que nunca havia tido ciclone, matou 46 pessoas, quase 50 pessoas desaparecidas. Isso nos chama a atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso ”, disse Lula, em seu discurso.

Segundo Lula, a presidência brasileira à frente do bloco terá como lema a construção de um justo e um planeta sustentável.

“Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar as ambições do G20 em três prioridades: a inclusão social e o combate à fome, a transição energética e o  sustentável […]. Todas essas prioridades estão contidas no lema da presidência brasileira, que diz: ‘Construindo um mundo justo e um planeta sustentável’”, declarou o presidente brasileiro.

Lula ainda anunciou que o Brasil à frente do G20 vai criar duas forças tarefas: a Aliança Global contra a Fome e a e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima. 

“Precisamos redobrar os esforços para acabar com a fome no mundo até 2030, além de agir para combater a mudança do clima, com vontade política, determinação dos governantes e recursos e transferência de tecnologia”, disse.

A presidência brasileira começa oficialmente no dia 1º de dezembro, mas a reunião da cúpula, na prática, já encerra a liderança indiana. O mandato brasileiro é de 12 meses, portanto, até 30 de novembro de 2024.

Cristiane Prizibisczki – Jornalista. Fonte: O Eco. Foto: Ricardo Stuckert / PR.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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