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Proposta brasileira na ONU busca erradicar discriminação no esporte mundial

Proposta brasileira na ONU busca erradicar discriminação no esporte mundial

A votação sobre a proposta está marcada para ocorrer em 13 de outubro no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Por Ninja Esporte Clube/Redação

O governo brasileiro está preparando uma proposta de resolução a ser apresentada na Assembleia Geral das Nações Unidas, recomendando que países em todo o mundo desenvolvam políticas e leis destinadas a combater o racismo e a discriminação no esporte. A iniciativa surge em resposta aos ataques racistas enfrentados por Vinicius Jr. durante partidas do campeonato espanhol. A proposta também ganhou impulso com o recente incidente envolvendo o ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, que forçou um beijo em uma jogadora campeã do mundo.

O projeto sugere que a ONU inicie programas globais em colaboração com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a FIFA para erradicar o racismo e a discriminação, aproveitando eventos esportivos de destaque, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, para promover campanhas nesse sentido. O documento foi obtido com exclusividade pelo jornalista Jamil Chade, no UOL.

O Brasil já conta com o apoio de países africanos e outras nações emergentes para a proposta. O governo brasileiro também trabalhou nos bastidores para garantir que o texto não se transformasse em uma acusação direta à Espanha, com a qual Madri se sentiu confortável.

A resolução expressa profunda preocupação com incidentes passados e recentes de racismo e discriminação no esporte, encorajando os órgãos esportivos a combater essas práticas por meio de iniciativas antirracistas e da aplicação de códigos disciplinares que imponham sanções a tais atos.

A votação sobre a proposta está marcada para ocorrer em 13 de outubro no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Além do combate ao racismo, o texto também aborda a necessidade de envolver mulheres e meninas no esporte, reconhecendo as múltiplas formas de discriminação e violência de gênero que enfrentam no contexto esportivo.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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