Opanijé Atotô, um manifesto sonoro e poético de cura
OPANIJÉ ATOTÔ | João Nascimento
Em tempos de pandemia, João Nascimento se recolhe no quilombo urbano Afrobase localizado na periferia da zona oeste de São Paulo para compor a música “Opanijé Atotô”, obra que marca o início de sua carreira autoral com o lançamento de um videoclipe, que conta com a direção artística e edição de vídeo de Achiles Luciano.
Nascido no Morro do Querosene, criado nos sambas de roda das festas de Carurú, nas gingas mandingas das rodas de capoeira e ao som dos berimbaus de seu pai Dinho Nascimento, João possui uma versatilidade musical ancorada na pluralidade de ritmos e referências sonoras da cultura negra, bem como, vivências e habilidades em tocar diversos instrumentos de percussão, cordas e eletrônicos, presentes nos arranjos da música “Opanijé Atotô, o qual foi executado por ele próprio. A música é uma composição inédita de saudação, evocação e homenagem ao Orixá Obaluaiê, um manifesto sonoro e poético de cura em tempos de crise generalizada pelo Covid19.
João Nascimento possui um vasto currículo artístico musical, diretor-fundador da Cia de Dança negra Treme Terra e responsável por participar da produção musical de importantes discos podendo citar “Zumbi Somos Nós” da Frente 03 de Fevereiro; “Cultura de Resistência” e “Terreiro Urbano” da Cia Treme Terra; “Sinfonia de Arames” da Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene; “Rapsicordélico” de Gaspar Z’África Brasil; “Laboratório Sonoro de Ritmos Afro-Brasileiros” de Afro2; entre outros. Atualmente está produzindo o disco “Hip-Hop Caboclo” de Gaspar Z`África Brasil e “Ifé Bogbo Aiyê” de Mestre Lumumba.
Como músico instrumentista, João Nascimento já acompanhou importantes artistas como Nasi da Banda Ira!, Emicida (o qual possuem uma parceria na composição da música “Guerreiro de Aruanda” que também é assinada e interpretada por Gaspar Z’África Brasil), Tião Carvalho, Adriana Moreira, Banda Rastapé, entre outros. Integrante da Frente 3 de Fevereiro, participou dos espetáculos “Futebol”, “Esquinas de Mundos” e da produção do documentário Zumbi Somos Nós. Também integrou a Banda Baião de 4 e Quinteto Abanã. Na área do cinema, junto com Firmino Pitanga assinam a direção do documentário longa-metragem Danças Negras.
O Single “Opanijé Atotô” foi produzido no estúdio Kalakuta, com mixagem de Lindenberg Oliveira, podendo ser apreciada nas seguintes plataformas digitais: Youtube, Facebook, Instagram, Spotfy, Deezer, entre outras.
Fonte: Jornalistas Livres