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Wert Alvarenga: Gente Formosa!

Wert Alvarenga: Gente !

Por Iêda Vilas-Bôas

O poeta, o vicentino, o amigo experiente, o caridoso ser humano Wert Alvarenga faz parte do inventário emocional da cidade Formosa. Quem tem mais de 40 anos certamente passou pelo seu consultório de dentista prático e recebeu alívio para suas dores: as do dente ou as da alma.

Seu Wert, como é conhecido, jamais se negou a praticar seu ofício. São muitas as histórias de quem se sentou em sua cadeira de dentista e o pagou só com um muito obrigado e um Deus lhe pague!

Aqui chegou no ano de 1940, aos 8 anos de idade, juntamente com seus pais e seis irmãos, todos eles muito conhecidos dos formosenses. Quem se esquece de Washington Alvarenga? Faço aqui um aparte para parabenizar, também, seu único irmão vivo: meu vizinho querido, senhor Wagner Alvarenga, a quem deixo meu abraço e admiração.

Wert cresceu, exerceu sua profissão, formou família casando-se com Barreto, com quem teve sete filhos, todos nascidos em Formosa-Goiás.

Desde jovem demonstrou gosto pela poesia e começou a escrever. Tem vários poemas publicados em revistas e jornais da região. Possui duas coletâneas gravadas em CD e dois livros publicados: Coração de Poeta (2013), e aos 86 anos publica Vagalumes do meu (2016).

É valoroso membro e um dos fundadores da Casa do Poeta Brasileiro – Seção Formosa.

Sua atuação comunitária e caritativa vem sendo reconhecida por todos. Ajudou na Creche São Sebastião, e também acudiu os presidiários e os asilos, com assistência odontológica. Prestou serviços voluntários à cidade e é membro da Associação São Vicente de Paulo, instituição que esteve sob sua presidência por nove anos. Foi também presidente da APAE.

Em 2016, sofreu grave problema gástrico que acarretou outros problemas em sua saúde, mas continua, de portas e de coração aberto, a escrever seus poemas que tratam de amor e de render homenagens aos seus afetos, que são

muitos.

O corpo franzino carrega uma grande e boa alma, um ser iluminado, um pai de família exemplar, um homem apaixonado: por Deus, pela esposa, pelos filhos, pelos parentes, pelos amigos… pela vida!

Ao amigo, confrade e ser humano fenomenal, envio minha distinta consideração. Salve, Seu Wert!

 

IedaIêda Vilas-Bôas – Escritora.

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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