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O sabor das flores: Receita de pétalas de rosa cristalizadas

O sabor das flores: Receita de pétalas de rosa cristalizadas

O sabor das flores: Receita de pétalas de rosa cristalizadas – Diz a mitologia grega que, quando os deuses passaram a governar o mundo, as divindades concederam à Terra a graça de ter muitos animais, muitas plantas e muitas flores. Cada um desses presentes da natureza obteve de um deus ou de uma deusa preferência e proteção.

Na partilha, Afrodite, a deusa do amor, escolheu para si as flores mais belas e mais perfumadas: as rosas, as murtas, as flores de laranjeira. Para agradá-la, os gregos começaram a fazer quitutes e doces com flores como ofertas para Afrodite.

Não demorou muito para que outros povos antigos, os egípcios, os hindus e os chineses também usassem flores e fizessem doces para ofertar a seus deuses.  Do Oriente, os romanos trouxeram a arte de confeitar pétalas de flores, para agradar à deusa Vênus.

Durante as invasões bárbaras, Vênus perdeu seus doces de flores. A arte de confeitar pétalas sumiu do mapa culinário da Europa, para ressuscitar somente nos mosteiros da Idade Média. Os monges resgataram a arte de produzir licores de frutos e flores. As monjas recuperaram antigas e deliciosas receitas de cremes, geleias e pétalas confeitadas.

A Revolução Industrial desbancou, de novo, o saber milenar dos povos antigos. A produção de alimentos em escala comercial, à base de produtos industrializados, dispensou o talento artesanal na produção de delícias floríferas. Mas, de alguma forma, muitas receitas foram mantidas.

O retorno ao gosto por alimentos naturais nos dias de hoje traz de volta velhos cadernos com velhas receitas herdadas de nossas avós e bisavós. Esta receita de pétalas de rosa cristalizadas vem do livro Segredos de Tias e Flores, de Henda, publicado pela Editora Relume e Dumará, em 1994.

Pétalas de rosa cristalizadas

1. Escolha rosas vermelhas orgânicas e de muito perfume. Separe as pétalas. Cuide para que estejam perfeitas.

2. Bata uma clara de ovo e, com o auxílio de um pincel delicado, pincele cada pétala nos seus dois lados.

3. Salpique as duas faces com açúcar [de confeiteiro] muito fino e muito branco.

4. Ponha-as a secar ao sol, virando as pétalas de quando em quando. Assim que estiverem bem secas, coloque-as sobre papel impermeável, muito ligeiramente untado, e guarde-as, camada sobre camada, separadas pelo papel, em recipientes de vidro escuro, hermeticamente fechados.

São deliciosas e servem para enfeitar creme chantilly e glacês de bolos e tortas!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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