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CHICO BALANCEADO

CHICO BALANCEADO

Chico Balanceado

Conheço como Chico Balanceado, mas há quem chame de Manezinho Araújo. Se há algum Francisco ou Manoel nessa história, não sei. Também não sei como e onde surgiu esta sobremesa.

Por Lúcia Resende

Eu aprendi com uma paranaense, mas os gaúchos dizem que é coisa do Rio Grande. Só posso atestar que é simples e muito saborosa e que aqui em casa é um coringa: tem banana sobrando, hora de fazer Chico Balanceado!

Ingredientes

Creme

1 lata de leite condensado

3 latas de leite

3 gemas (reserve as claras para o merengue)

2 colheres de amido de milho (não muito cheias)

Merengue

3 claras

3 colheres de açúcar refinado

1 colher de chá de suco de limão

Doce

6 bananas

1 ½ xícara de açúcar

3 xícaras de água

Modo de Fazer

Caramelize o açúcar, acrescente a água e deixe ferver até formar uma calda em ponto de fio. Junte as bananas cortadas em rodelas não muito finas, misture e deixe ferver rapidamente. Despeje em uma vasilha de vidro temperado.

Em uma panela, coe as gemas, junte o leite condensado, o leite e o amido de milho. Misture bem e leve ao fogo até cozinhar o creme. Despeje sobre o doce de bananas.

Por último, bata as claras em neve, acrescente aos poucos o limão e o açúcar, sempre batendo, até misturar tudo muito bem. Em seguida, com uma colher, vá colocando o merengue sobre o creme e ajeitando, até preencher toda a superfície. Com a própria colher, vá levantando picos de neve. Leve ao forno pré-aquecido até dourar. Deixe esfriar e leve para gelar.

Obs.: No lugar da banana, pode-se usar outro tipo de fruta, por exemplo abacaxi, morango, pêssego ou outra de sua preferência.

Lúcia Resende – Professora
@mluciares

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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