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Linda Serra dos Topázios: Ecoastronomia no Cerrado

O céu mais limpo do Brasil, segundo a Ciência, é perfeito para a observação da Via Láctea, para o estudo da astronomia. Em Goiás, no município de Cristalina, no santuário ecológico da Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Linda Serra dos Topázios, cientistas inovam com cursos e práticas de Ecoastronomia.

Em 2016, no começo do mês de julho, o Museu de Ciência e Tecnologia, sediado na Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a RPPN, a Prefeitura de Cristalina, a 3ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército e vários outros parceiros, realizou mais esse evento educativo na Linda Serra dos Topázios.

Nos dias 2 e 3 de julho, estudantes e professores da UnB, alunos de escolas de Cristalina e o público em geral puderam participar de aulas teóricas e práticas, desde a observação da Via Láctea em potentes lunetas e de um planetário móvel à admiração noturna do céu da Reserva, somando conhecimentos básicos de Astrofísica, Cosmologia e de Ciências Ambientais.

Os cursos de Ecoastronomia ministrados da Reserva vem de longa data e são parte da inspiração e da herança da ambientalista Adnair França dos Santos, a Dina, falecida em 2007, aos 52 anos, vítima de um aneurisma cerebral. Dina e seu companheiro Jaime Sautchuk, foram pioneiros na implantação do projeto Ecoastronomia no Cerrado, em parceria com a UnB.

Também juntos, Dina e Jaime idealizaram o hoje mundialmente conhecido Festival Internacional do Cinema Ambiental (FICA), que acontece anualmente na cidade de Goiás,  também conhecida como Goiás Velho, Goiás.

Sob a coordenação de Jaime, a Reserva Particular de Patrimônio Natural Linda Serra dos Topázios foi criada em 1994 para preservar área de Cerrado e difundir conhecimentos ambientais, históricos e de várias outras áreas.  Dentre elas, a parceria com a Universidade de Brasília nos cursos de Ecoastronomia, coordenados pelo astrofísico José Leonardo Ferreira, professor da UnB.

 

Para mais informações contatar: (61) 9  8135 6822 – também zap

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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