As vacinas contra a covid-19

As vacinas contra a covid-19 podem ter efeitos colaterais?

As vacinas contra a podem ter efeitos colaterais?

Por #Colabora

 

Bióloga Daniela Ferreira*, da Equipe Halo, da ONU, explica que imunizantes passaram por todas as fases sem causar danos aos pacientes testados

De acordo com a mais recente previsão do Ministério da Saúde, a vacinação no Brasil deve começar ainda em janeiro com as vacinas produzidas pela Sinovac/Butantan e pela Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, mas ainda há brasileiros que temem possíveis efeitos colaterais e suspeitam de imunizantes desenvolvidos. “Nenhuma etapa do desenvolvimento das vacinas contra a covid-19 foi pulada; elas passaram por todas as etapas de outras vacinas já aplicadas nas pessoas. São absolutamente seguras”, afirma a bióloga Daniela Ferreira, doutora em imunologia, professora e chefe do Departamento de Ciências Clínicas na Liverpool School of Tropical Medicine, no Reino Unido, um dos centros que verificam a eficácia da vacina desenvolvida por Oxford.

No quarto vídeo do #Colabora em parceria com a Equipe Halo, iniciativa global liderada pela ONU, Daniela Ferreira explica que as vacinas estão agora entrando na sua fase 4 – o monitoramento para verificar o aparecimento de efeitos colaterais, que não apareceram nas fases 1, 2 e 3, já superadas para a aprovação dos imunizantes. “Caso algum efeito colateral grave tivesse aparecido em uma dessas fases, o desenvolvimento da vacina teria sido suspenso. Mas isso não aconteceu, por isso, podemos atestar a segurança”, acrescentou a bióloga.

*Daniela Ferreira – bióloga, com doutorado em imunologia, professora e chefe do Departamento de Ciências Clínicas na Liverpool School of Tropical Medicine, no Reino Unido – fala sobre desenvolvimento das vacinas contra covid-19 e a possibilidade de efeitos colaterais

Fonte: Projeto Colabora

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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