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Covid-19: O que já se sabe sobre a variante P.1

O que já se sabe sobre a variante P.1

O que já se sabe sobre a variante P.1

– Como a mutação identificada primeiramente em pessoas que passaram por virou desculpa para a falta de ação de governantes 

Por Leanderson Lima/Amazonia Real

Manaus (AM) – Sábado, 2 de janeiro de 2021. Uma família japonesa desembarca no Aeroporto Internacional de Tóquio, um dos mais movimentados do mundo, encerrando uma viagem de mais de 20 horas. Um homem na casa dos 40 anos, a mulher dez anos mais nova e o casal de filhos adolescentes retornavam de uma viagem de turismo a Manaus, no . Os sintomas não demoraram a aparecer. O homem sentia dificuldade para respirar, enquanto a companheira tinha fortes dores de cabeça e a garganta estava inflamada. O adolescente apresentou febre e a irmã ficou assintomática. Os ficaram em quarentena, enquanto as autoridades médicas japonesas investigavam o caso. Bastaram oito dias para que os pesquisadores revelassem ao mundo a descoberta de mais uma variante do coronavírus.

O noticiário varreu o mundo e chegou ao , onde as autoridades desconheciam a existência dessa mutação do novo coronavírus, logo apelidada de “variante de Manaus” ou “cepa amazônica”. A preocupação era procedente. No Reino Unido, a variante identificada como P.1.1.7 se mostrava mais transmissível e fez com que o premiê britânico, Boris Johnson, decretasse um impopular lockdown durante as festas de fim de ano. Na África do Sul, uma variante batizada de B.1.351 também foi revelada já em meio à vacinação mundial. Será que os imunizantes seriam eficazes contra as variantes, foi o principal temor. Até hoje, não há uma resposta precisa.

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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