Leopardo negro é fotografado pela primeira vez na África

Leopardo negro extremamente raro é fotografado pela primeira vez na África

Seja pela sua força, beleza ou pela raridade de suas aparições e registros, o fato é que o leopardo negro, também conhecido como pantera negra, tornou-se uma espécie de mítico. E não é por menos: ainda que algumas imagens do animal tenham sido feitas em da Ásia, a última foto tirada de uma pantera negra na África aconteceu em 1909, na Etiópia.

Por Vitor Paiva – hypeness

É por isso que desde sua que o sonho do fotógrafo britânico Will Burrard-Lucas era fotografar um exemplar desse raro e incrível animal. Quando soube de diversas aparições notadas na região das florestas selvagens de Naikipia, no Quênia, ele não teve dúvidas, e começou a arrumar seu equipamento de .

Leopardo negro3Lucas se juntou ao cientista americano Nick Pilfold para preparar diversas “armadilhas” fotográficas, a fim de que tentarem registrar o animal em ação. Junto das câmeras algumas iscas com água foram deixadas, e alguns dias depois o fotógrafo retornou ao local a fim de recolher o primeiro material. Para seu espanto, lá estava uma pantera negra, registrada em seu esplendor, sob a luz do luar. O incrível registro foi publicado no Jornal Africano de Ecologia.

Quatro dos cinco registros aconteceram à noite, e utilizaram iluminação infravermelha, e o resultado comoveu Lucas. “Para mim, não há nenhum animal envolto em mais mistério, nenhum animal mais evasivo e nenhum animal mais bonito que os leopardos negros”, ele escreveu. “Por muitos anos eles permaneceram como o material dos sonhos e das histórias improvisadas contadas ao redor da fogueira à noite. Ninguém que eu conheça já tinha visto um em selvagem e eu nunca pensei que veria”.

Fonte: hypeness


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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