A carta sem destinatário
O autor, através de uma metáfora em que usa a carta, nos leva a pensar sobre quest~es importantes: meio ambiente, religiosidade e novas culturas
Analisando o achado, logo se percebe que ali se encontra uma carta gasta pela intempérie da natureza como chuva e sol. Uma carta suja de lama seca. Toda amassada. Bem maltratada. No envelope havia várias folhas de diferentes modelos de guardanapos escritas à mão com caneta de cor preta e azul.
No primeiro bloco de seis guardanapos brancos escritos com caneta preta encontravam-se as inscrições impressas na cor rosa: “bom apetite!”. Logo abaixo vinha o desenho de um garfo, uma faca e uma colher seguida da segunda inscrição de consciência ambiental (meio dúbia): “Use papel, o mundo agradece”. O segundo guardanapo era mais simples. Apenas um guardanapo marrom escrito na frente e no verso com tinta preta, uma inscrição impressa de cor preta: “Churrascaria ‘Self Service’” – contendo, deste modo, o nome do estabelecimento com um “slogan” no qual constava o número do telefone e uma mídia social ladeada por uma frase bíblica, que pela forma de citar se percebia ser uma frase evangélica. E, no canto, bem discreto encontrava uma orientação ambiental: “jogue o lixo no lixo”. Por fim, no último bloco havia dois guardanapos brancos escritos com caneta azul. Apenas se podia ler o impresso: “contém guardanapo”.
Na carta, sem destinatário e sem assinatura, estava escrita uma história, na qual poderia muito bem perceber que escrever, ler e viajar ajuda muito a conhecer novas culturas! Contudo gostar destas viagens faz com que em cada uma delas possa sentir mais conhecedor do grande mistério que é o ser humano na sua incrível criatividade.
Eis a carta, acima.
Padre Joacir d’Abadia (WhatsApp 61 9 9931-5433), filósofo autor de 12 livros, Especialista em Docência do Ensino Universitário e membro da “Academia de Letras e Artes dos Nordeste Goiano” (ALANEG)