A Culpa é do Presidente
Por Iêda Leal
O secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, foi demitido depois de publicar um vídeo em que cita o discurso e imita Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler. Não há coincidência inocente no uso das frases e da postura nazistas.
O discurso do ex-secretário foi considerado pelo presidente, ao demiti-lo, apenas “infeliz” porque o seu subordinado disse no momento errado uma verdade defendida por ele e aliados. Afinal, o seu discurso escancara a raiz do pensamento deste governo racista, machista e homofóbico.
O que Alvim fez foi retirar as sombras do discurso de ódio promovido e divulgado pelo presidente, evidenciando o caráter nazista do governo, sem disfarces. Isto incomodou os poderosos que apoiam e inflamam a política econômica de Paulo Guedes e Rodrigo Maia.
Exonerar Alvim não minimiza o comprometimento do governo com o ideário nazi-fascista. Ao contrário, revela a estratégia do tipo de governo que colocou o Brasil no painel internacional dos crimes contra a humanidade.
O governo tenta nos inviabilizar e destruir nossas forças com ações antidemocráticas, autoritárias, arbitrárias. Porém, mais do que nunca, não podemos nos omitir diante dos ataques deliberados contra a população negra, os povos indígenas, mulheres, comunidade LGBT+, artistas, jornalistas e contra a classe trabalhadora.
Precisamos nos organizar nacional e internacionalmente para a luta. Com a força inspirada na luta daqueles e daquelas que enfrentaram o nazismo, a escravidão, a ditadura, a xenofobia e todas as formas de opressão; vamos organizar uma frente contra esse governo. Essa é a chamada. Vamos agora!
Não aceitamos um governo nazi-fascista. Nunca!!! Nossos passos vêm de longe. Nossa luta continua!
Iêda Leal – Coordenadora Nacional do Movimento Negro Unificado (MNU).
Foto: EBC