Aleijadinho: conheça o mestre da arte barroca brasileira 

Aleijadinho: conheça o mestre da arte barroca brasileira

Aleijadinho: conheça o mestre da barroca brasileira 

Para muitos especialistas em arte, Aleijadinho é o mais importante artista plástico do período colonial brasileiro. Antônio Francisco Lisboa, de batismo, era filho bastardo do arquiteto português Manoel Francisco Lisboa e uma de suas escravas.
Por Denisson Antunes Soares/via Mega Curioso
Embora tenha tido um papel relevante e essencial no barroco mineiro, sabemos muito pouco sobre a sua pessoal. Por isso, no de hoje vamos conhecer sua e o legado que deixou para a arte brasileira!

Carreira e produção artística

 
 

Wikimedia Commons(Fonte: Wikimedia Commons)
Aleijadinho era um sujeito recluso, mas com excelente talento artístico. Aprendeu o básico sobre escultura e ornamentação com seu pai que, além de um arquiteto muito requisitado na época, também era pintor e desenhista.
O artista se tornou muito conhecido por usar a pedra sabão em suas obras, uma vez que o material permitia lhe acrescentar detalhes e delicadeza aos relevos das estátuas. Outra característica desse artista do barroco mineiro é sua predileção por temas relacionados a religiosidade. Grande parte de sua obra está distribuída entre as mineiras de Congonhas do Campo, Sabará, , São João del Rei, Tiradentes e, principalmente, Ouro Preto.

Os Doze Profetas

Na cidade de Congonha do Campo, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, estão expostas o conjunto de estátuas que constitui a obra mais famosa de Aleijadinho: os Doze Profetas.
Entre os anos de 1794 e 1804, ele esculpiu em pedra sabão representações dos profetas Naum, Habacuque, Joel, Ezequiel, Oseias, Jeremias, Daniel, Isaías, Baruque, Jonas, Abdias e Amós. As 12 estátuas dispostas no Santuário foram feitas em tamanho natural pelo escultor mineiro.

 
 

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)
Também no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, existem 66 figuras em cedro que representam a Paixão de Cristo. Essas obras estão distribuídas entre as seis capelas construídas na rampa de acesso ao local. O talento artístico de Aleijadinho não se limitava apenas às esculturas: ele também decorou e até planejou algumas igrejas mineiras, como é o caso da Igreja de São Francisco em São João de Rei.

A invenção de Aleijadinho

A pouca informação sobre a vida pessoa desse personagem histórico permitiu que várias teorias fossem criadas e que diversas de suas obras fossem contestadas.
Uma dessas teorias foi lançada pelo historiador paulita Dalton Sala, que em sua tese doutorado defendeu que Aleijadinho nada mais é que um criado na época do Estado Novo — período em que o era governado por Getúlio Vargas. O objetivo seria reforçar ou despertar o sentimento de artística nacional.
(Fonte: Diego Grandi/ Reprodução)(Fonte: Shutterstock)
No entanto, existem alguns registros históricos de sua existência. Por exemplo, suspeita-se que o artista tenha nascido em 1738, graças a uma certidão de óbito em seu nome preservada por uma igreja em Ouro Preto, apontando sua morte aos 76 anos, em novembro de 1841. De acordo com o documento, seu corpo foi enterrado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, também em Ouro Preto, na base do altar da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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