assédio moral

Assédio moral no trabalho: Trabalhador, trabalhadora, não se cale!

Você sabe aquele sentimento doído, que cala no fundo da , quando a pessoa se vê ante uma sensação de mágoa, raiva e revolta por se sentir inútil, desprezada, menosprezada e sem valor? Tudo isso se resume em uma palavra que causa dor, tristeza e sofrimento: humilhação.

Quando a humilhação se dá no ambiente de , criando situações constrangedoras, repetitivas e prolongadas, onde predominam as relações desumanas e sem ética, desestabilizando emocionalmente a vítima, forçando-a até a desistir do emprego, estamos diante de um caso de Assédio Moral ou Moral no Trabalho

Estudos dizem que o Assédio Moral é tão antigo quanto o próprio do trabalho. Felizmente, hoje o princípio da dignidade da pessoa humana é constitucional e garante tanto ao empregado quanto ao empregador, que sofre assédio moral, o direito de indenização pelos danos decorrentes de sua violação.

O QUE É ASSÉDIO MORAL?

Essas são algumas características do Assédio Moral:

Ofensas, menosprezos, constrangimentos, ultrajes no ambiente de trabalho.

Críticas, piadas, ameaças ou insultos por parte de superiores hierárquicos.

Sobrecarga de tarefas, instruções imprecisas, imposição de horários.

Isolamento, verificação de bolsas e sacolas, restrição do uso do banheiro.

Processo deliberado de perseguição, mesclado por atos repetitivos e, sobretudo, prolongados, ocorridos entre colegas de cargos diferentes ou de mesma função, ou, mais comumente, entre superiores, chefes e subordinados ou subordinadas.

O QUE FAZER DIANTE DO ASSÉDIO MORAL?

A cartilha Assédio Moral e Sexual no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, sugere que a vítima resista às ofensas e tome algumas medidas práticas, como:

Avise a direção da empresa, para que as providências sejam tomadas.

Anote, com detalhes, todas as humilhações sofridas: dia, mês, ano, hora, local, nome do agressor, testemunhas e conteúdo das conversas.

Dê visibilidade às situações, procure a ajuda de colegas que tenham testemunhado ou sofrido as mesmas humilhações ou constrangimentos.

Evite conversas particulares com o agressor ou com a agressora.

ASSÉDIO MORAL É CRIME. DENUNCIE!
Telefones: (61) 3631 3569  ou (61) 99676 3181 (zap)
sinprefor@gmail.com

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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