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Audácia

Audácia

Por Fátima Mota

Lanço-me sem medo

ao mundo de veias abertas

lanço-me sem segredos

e ouço

o grito das gaivotas

que branqueiam o mar

enquanto nos rochedos

a pedra grita

ao som das velhas marés.

Lanço-me ao in_finito

eis-me seta

_não sei onde vou parar.

Quem é Fátima Mota?

Eu poético: Sou de mar e de lua; cheia ela, a lua, me encanta; o mar, este, me fascina e amedronta. Sou contrastes, gosto de ir e ficar, viajo com desejo de voltar; sou navego entre poemares e abraços; sou estação, trilhos e adeuses. Às vezes deito-me nas raízes da minha história  outras, parto sem direção. Sou segundas-feiras, recomeço. Sou fim de tarde, entristeço-me e prendo-me à concretude urbana, então amanheço na esperança de um novo dia. Sou cheia de urgências e senões. A felicidade é um estado de espírito, não corro atrás. Sou feliz!

Eu físico: de Fátima Mota Moraes Lopes, nordestina, poeta, professora, artista plástica, mãe e . Uma taurina determinada   quando se trata de conseguir seus objetivos. Organizada e exigente naquilo que faz. Livros? Algumas antologias com poesias e poetrix. Seus escritos podem ser encontrados no Insta @fatimamotalopes  e nos sites www.poetasdelmundo.com.br;

Fonte: demonstre.com

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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