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Primeira dama canadense arranca risos ao comparar Bolsonaro com tio do cafezinho, diz site

Primeira dama canadense arranca risos ao comparar Bolsonaro com tio do cafezinho, diz site

É triste como o se apequenou no cenário internacional depois da posse de Bolsonaro.

De Selena Martines/Noticiário Político Nacional

 

Tal fato não pode ser negado, basta ver a agenda oficial do presidente com apenas um encontro internacional no G20. 

O Brasil foi retirado da reunião do Brics com líderes do G20 e, se tudo isso já não fosse constrangedor, Bolsonaro ainda foi desmentido pelo presidente francês Emanuelle Macron sob uma reunião de acordo bilateral inexistente.   

Agora um novo vexame: segundo uma rádio sueca chamada Ayeneh, que faz a cobertura do G20, a primeira dama canadense Sophie Trudeau, teria dito que Bolsonaro parecia o tio do cafezinho.

Questionada se a frase seria verdadeira, a primeira dama canadense apenas sorriu e continuou o protocolo seguindo o marido Justin Trudeau.

O fato teria ocorrido durante a foto oficial do G20 e a arrancou risos de alguns líderes e das respectivas esposas.

Ela teria ficada impressionada com a forma como Bolsonaro se comportava no evento e o isolamento do presidente brasileiro. Ao lado de outros líderes mundiais para tirar a foto oficial do evento, a canadense disse: “Tem certeza que esse é o presidente do Brasil? Ele se comporta como o tio do cafezinho”, arrancando risos dos líderes ao seu lado.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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