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Brasil: Com Lula e Dilma, referência mundial na proteção das florestas. Com “capitão motoserra”, desmatamento fora de controle

: Com e Dilma, referência mundial na proteção das florestas. Com “capitão motoserra”, fora de controle

Enquanto Lula e Dilma reduziram desmatamento em 82%, em julho de 2019 o autodenominado “capitão motosserra” permitiu o aumento de alarmantes 278% da maior tropical do planeta

Em 2014, o Brasil era reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um exemplo que o deveria seguir no combate ao desmatamento. A entidade atribuía o resultado ao sucesso das políticas de preservação das florestas na primeira década dos anos 2000, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

“As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e sua contribuição para retardar o aquecimento global não têm precedentes”, disse relatório da ONU publicado em julho daquele ano.

Hoje, o país é rechaçado mundialmente pelo avanço do desmatamento incentivado por Jair Bolsonaro (PSL) que se autointitula “capitão da motosserra”. A gravidade da situação é tanta que Alemanha e Noruega suspenderam os repasses para o Fundo da Amazônia – cooperação internacional criada por Lula, em 2008, com o objetivo de proteger a maior floresta tropical do mundo.

 

Ao falar sobre o fim do financiamento nesta segunda-feira (19), o Jornal Nacional mostrou mais uma vez que só pensa em seus interesses corporativos. Na bancada, o âncora fez a errônea comparação entre Lula a Bolsonaro.

“Quando a Alemanha e a Noruega anunciaram a suspensão do envio de recursos para a proteção da , o presidente Jair Bolsonaro repetiu uma postura que o então presidente Lula adotava quando estrangeiros criticavam a  ambiental do Brasil. Os dois presidentes afirmaram que a Europa destruiu todas as suas florestas e que, por isso, não tem moral para dar conselhos sobre a Amazônia”, disse Bonner.

Existe um abismo que separa os dois. Lula defende a soberania nacional e sempre tratou a defesa do  como prioridade. Ele reduziu o desmatamento anual na Amazônia de 27.772 km², em 2004, para 7.000 km² em 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE). Esse foi continuado por sua sucessora Dilma Rousseff que, em 2014, reduziu o índice para 5.891 km². Nesse período de dez anos, a queda no desmatamento da floresta foi de 82%.

Bolsonaro, por sua vez, adota uma postura destrutiva contra o patrimônio natural brasileiro. Ele ignora os fatos e incentiva a destruição da floresta. Em julho, o desmatamento na Amazônia registrou um aumento de 278% em relação ao mesmo mês do ano passado, também de acordo com o INPE. Diante dos fatos, Bolsonaro desrespeitou o Instituto – reconhecido mundialmente pela qualidade das pesquisas – e demitiu o então diretor Ricardo Galvão.

O colapso ambiental tem suscitado críticas de lideranças no mundo inteiro, prejudicando o Brasil em diversos aspectos. Um exemplo disso é a suspensão de repasses da Alemanha e da Noruega para o Fundo da Amazônia. Os países entendem que o atual governo descumpre o acordo e, por isso, suspenderam um total de R$ 283 bilhões em recursos da cooperação internacional. Do montante, R$150 mi vinha da Alemanha e R$133 mi da Noruega.

Sobre o fim dos repasses, Bolsonaro disse que a chanceler alemã, Angela Merkel, devia pegar “essa grana” e reflorestar o seu país. Depois, compartilhou um suposto vídeo de “matança das baleias patrocinada pela Noruega”, mas as imagens, na verdade, foram gravadas na Dinamarca.

O cenário, no entanto, não poderia ser diferente. Bolsonaro escolheu como Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que já foi condenado por crime ambiental e sequer havia pisado na Amazônia antes de assumir o cargo. A dupla tem promovido um desmonte completo de todas os instrumentos administrativos que combatem o desmatamento. Um exemplo disso é a do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) – pivô do fim de repasses para o fundo.

Da Redação Agência PT de Notícias

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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