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Cantareira: nova crise hídrica em SP acende alerta

por Redação RBA
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Sistema que abastece a capital está em 48,1%, menos do que o registrado antes da crise hídrica de 2014 e 2015. Embora retirada de água tenha sido reduzida, momento é de preocupação
por Redação RBA publicado 22/05/2018 09h36, última modificação 22/05/2018 11h07
TVT/REPRODUÇÃO

– O nível de água do sistema Cantareira, principal manancial da região metropolitana de São Paulo, está em 48,1%, sem considerar a reserva do chamado “volume morto”. Esse valor é mais baixo que o registrado antes da crise de 2014 e 2015 e chama a atenção de especialistas.

Naquele período, o sistema administrado pela Sabesp para fornecer água em condições de uso para a população de grande parte da capital e alguns municípios do entorno sofreu os efeitos de uma das piores crises hídricas da de São Paulo. Consequência da de chuvas e, principalmente, da má gestão do governo do estado, sob comando de Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo a empresa, em 2013, quando surgiram os primeiros alertas de que a situação se tornaria crítica, o volume de água do sistema era de 61,5% de sua capacidade de armazenamento.

Amauri Pollachi, do Conselho de e Recursos Hídricos, ligada ao governo estadual, afirma que a preocupação existe, mas ressalva que a retirada de água do reservatório hoje é “sensivelmente menor” que era em 2013 – de 33 mil litros por segundo, ante os atuais 25 mil litros.

Já Anna Carolina Lobo, do Programa , alerta que “é possível que a gente enfrente uma nova crise hídrica” e que a cidade deve entrar, desde já, em estado de atenção.

Assista à reportagem de Leandro Chaves para o Seu Jornal, da TVT:

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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