Carbon Free
Por Manuel Gouveia/Portal Vermelho
Não precisamos de refinaria, reivindica esta malta, porque podemos importar os produtos refinados de outras refinarias estrangeiras, e podemos continuar a andar de automóveis a gasolina, basta comprar o direito a poluir no mercado respectivo. A mesma malta que saúda o encerramento da Refinaria de Matosinhos, da Central Elétrica de Sines e da Central Elétrica do Pego. Que importa que quando a capacidade de produção nacional de eletricidade não é suficiente tenhamos de a importar das Centrais a Carvão, a Gás ou nucleares de outros países? Estamos no pelotão da frente da descarbonização, diz o Ministro do Ambiente, e há quem acredite, claro, e quem aplauda até.
Mas se estivéssemos de fato no pelotão de frente da descarbonizarão os manifestantes teriam ido até à Refinaria em comboios elétricos. E em vez de estarmos a desindustrializar – política desde sempre apoiada pelo neocolonialismo europeu – e de andar a reboque dos diferentes mercados e seus instrumentos especulativos destinados à concentração da riqueza, teríamos uma política nacional ambientalmente sustentável na defesa da floresta, nos transportes coletivos, na produção de energia, no urbanismo, e em tantos outros domínios. Uma política patriótica e de esquerda, diriam os caretas dos comunistas.
1 – O mecanismo permite que uma empresa poluidora adquira créditos de carbono de países que poluem menos e registre como percentual de redução de suas emissões. Uma espécie de licença para poluir. (Nota da Redação).
Fonte: Avante!