CondoMinion Presidencial: Como um PM tem dinheiro pra morar num condomínio daquele, pai?

CondoMinion Presidencial

do Ivan Cosenza para o Henfil (Cartas do Pai) em 12 de Março de 2019: 

Ivan Condominum

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pai,

A polícia finalmente prendeu os acusados de matarem a Marielle e o Anderson.
Depois de tanto , imaginava-se que estariam longe, fugindo. Achei que pudessem estar fora do país ou escondidos no interior.

Sabe quando a gente perde os óculos e depois descobre que eles estão dentro da caixinha. Ou nesse caso, foi pior ainda, eles estavam na nossa cara!

Encontraram um dos acusados morando no mesmo condomínio de luxo que o Bolsonaro. Imagina isso!

Estão falando que quem mora naquele condomínio são CondoMinions.
Mas a coisa é toda muito séria.

Como um PM tem dinheiro pra morar num condomínio daquele, pai?

Um miliciano morando ao lado do presidente. O presidente que inúmeras vezes elogiou a milícia. E eles se conheciam pessoalmente!

Agora é descobrir quem encomendou tudo.

Vamos ver se ele vai falar, se vai abrir o bico.

Lembrando que o presidente, este que não tem papas na e não foge das polêmicas, quando a Marielle foi morta, disse que preferia não falar, por que sua declaração “seria polêmica demais”!

Até hoje tenho curiosidade pra saber o que era!

Mas os policiais de verdade, querem saber quem matou a pessoa que lutava pelos direitos das famílias de seus colegas mortos. São estes que estão desvendando o caso! São estes que querem colocar os assassinos de Marielle e Anderson, na cadeia.

A verdade está aparecendo…

Um beijo do seu filho

Ivan

#CartasDoPai – post no Facebook. A ilustração acompanha o post.

Marielle camiseta base

ANOTE:

Este site é mantido com a venda de nossas camisetas. Para continuar na  , nós precisamos muito da sua colaboração. Ao comprar uma camiseta, você fortalece uma causa, você investe na Visite nossa Loja Solidária: https://www.xapuriinfo.dream.press/loja-solidaria. Em , encomendas com Geovana: 61 9 9352 9191. Em , com Janaina: 61 9 9611 6826. 

“Quantos mais vão precisar morrer para que essa acabe?” –
An%C3%BAncio Marielle meia pg x53

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA