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CONFERÊNCIA DISCUTE O DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA

Conferência em Belém discute o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Entre os presentes: prefeito Edmilson Rodrigues; coordenador Nacional da ADJC, Aldo Arantes; presidente da OAB Pará, Eduardo Imbiriba de Castro; ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaide Miranda Arantes; a reitora da UNAMA, e outras personalidades

Por Gilmar Xavier/Portal Vermelho

Na tarde desta sexta-feira, 15 de março, a capital Belém do Pará tornou-se o epicentro das discussões sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A Universidade da Amazônia (UNAMA), campus Alcindo Cacela, foi o palco escolhido para sediar a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, preparatória para a COP-30. Promovida pela Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e (ADJC), com o apoio da Imprensa Oficial do Estado e a coordenação estadual do Partido Comunista do (PCdoB), o evento reuniu diversas autoridades e especialistas.

Entre os participantes estavam o prefeito Edmilson Rodrigues, do PSOL; o coordenador Nacional da ADJC, Aldo Arantes; o presidente da OAB Pará, Eduardo Imbiriba de Castro; a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaide Miranda Arantes; e a reitora da UNAMA, além de outras personalidades.

O prefeito Edmilson Rodrigues destacou a importância do evento como uma oportunidade para dar voz às pessoas que habitam a Amazônia. Segundo ele, “o tema é Amazônia sustentável, o que estamos tratando aqui vai além da Amazônia, é pensar em um processo civilizatório para a , porque a crise social está totalmente ligada e é indissociável da crise climática, como é indissociável da crise que a democracia enfrentamos hoje, de modo que lutar por justiça social, por respeito à natureza e por democracia faz parte da luta necessária de construção de um futuro justo, solidário e feliz”.’

Aldo Arantes, Coordenador Nacional da ADJC, enfatizou a necessidade de propostas concretas para o desenvolvimento sustentável, combinando aspectos econômicos, sociais e ambientais. Ele ressaltou a presença de representantes do governo, da academia e da sociedade civil para discutir questões cruciais como , justiça na Amazônia e .

“Nós nos preparamos para levar propostas concretas que possam ajudar no desenvolvimento sustentável. Quando eu falo em desenvolvimento sustentável, é essa reflexão de combinar o desenvolvimento econômico com o desenvolvimento social. Hoje temos aqui vários representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério do Meio Ambiente e várias personalidades da academia para discutir a questão das mudanças climáticas, os diversos caminhos do desenvolvimento sustentável. Vamos discutir o sistema de justiça na Amazônia, a questão da , dos direitos humanos. Enfim, acho que vai ser um momento importante que inicia o processo de preparação do brasileiro e Amazônida para a COP-30″, destacou o coordenador.

Quem também falou sobre o tema foi a Secretária Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, Edel Moraes. “Acho que a importância é fazer o debate sobre a COP, popularizar a temática, envolver as pessoas para a participação, fazer escuta e fazer a reflexão conjunta. Saber que a Amazônia será palco de um importante encontro internacional, mas também é mostrar que aqui tem pessoas, povos e comunidades, é um território que ainda tem floresta viva, que ainda tem uma muito grande que carece de atenção, que carece de justiça social e climática”.

O coordenador estadual da ADJC-PA e conselheiro seccional da OAB, João Carlos Batista, destacou que “acreditamos que esse debate é fundamental para que nós criemos uma consciência do que nós queremos para a Amazônia.

Este debate deve sair a partir daqui, do seio da Amazônia, da maior coletividade que nós temos dentro da Amazônia legal, que é a região metropolitana de Belém, onde vários problemas serão discutidos, sempre com um viés e um olhar dos direitos humanos, dos direitos sociais, da proteção do meio ambiente, do direito climático, do direito ao meio ambiente equilibrado, da preservação da floresta e do nosso meio ambiente e das nossas riquezas. Por isso, é fundamental nós trazermos para Belém esse debate nacional, com o diálogo com o governo federal e com o governo do estado do Pará”.

O evento contou com uma série de conferências ao longo do dia, abordando temas como o papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) no desenvolvimento sustentável, as mudanças climáticas na Amazônia, modelos de desenvolvimento sustentável, entre outros. Destacaram-se também debates sobre a participação dos povos , comunidades tradicionais e a importância da preservação ambiental para o futuro da região.

Além disso, foi abordado o tema da Amazônia e as mudanças climáticas, onde vários especialistas falaram sobre as questões climáticas que afetam nosso planeta e o nosso dia a dia. O Luiz Davidovich falou sobre o aumento de CO2 na atmosfera e destacou o aumento da temperatura. Já o professor Ricardo Galvão, presidente do CNPQ, defendeu a pesquisa e sua valorização na sociedade.

Já a Diretora Executiva da Organização do Trabalho de Cooperação Amazônica (OTCA), falou das questões climáticas, abordando os alagamentos, escassez hídricas e os alagamentos. Ela também abordou os temas que a OTCA desenvolve, como o tratado de cooperação amazônica, segundo ela, o objetivo é trabalhar a Amazônia como um todo.

A programação também incluiu o lançamento de dois livros da ADJC, sendo o primeiro “Democracia Ameaçada” e o segundo “Reconstruir a Democracia”. O coordenador, Aldo Arantes, ressaltou a importância da participação da sociedade na construção de um futuro sustentável para a Amazônia e o Brasil. “

O último dia do evento está marcado para sábado, dia 16, com início às 9h com a conferência “Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”, coordenada por Edel Moraes, secretária Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais. Às 11h, está programada a conferência “Vozes da Amazônia e COP30”.

A mesa será coordenada por Nilson Gabas Junior, diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, com a participação do diretor do Centro de Ciências do Ambiente da UFAM, Eron Bezerra; a secretária dos Povos Indígenas, Puyr Tembé; a professora da UFPA, Zélia Amador de Deus; o presidente da Imprensa Oficial do Pará, Jorge Panzera, além do professor João Cláudio Tupinambá Arroyo, coordenador do mestrado de Direitos Fundamentais.

Logo após, haverá a conferência sobre o Sistema de Justiça na Amazônia (15h) e Segurança Pública e Direitos Humanos na Amazônia (17h), com a participação do presidente do CTB Pará, Cleber Rezende; a professora Ana Maria Magalhães, coordenadora do Grupo de Combate ao Crime Organizado (MPPA); o secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, além de Mário Hesketh, conselheiro da OAB PA.

A Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia encerrará com uma assembleia e apresentação da Carta da ADJC sobre a Amazônia, às 20h, que será entregue às autoridades para subsidiar a realização da COP de Belém.

Fonte: Portal Vermelho 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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