


O cacique Jurandir Seremramiwe, da etnia Xavante, acompanha online a vacinação do filho Davi, de 8 anos, em São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo
‘Que o resto do Brasil também possa vacinar, para que, amanhã, tenhamos alegria e sorrisos’, diz pai da 1ª criança vacinada no país
Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, recebeu a primeira dose em evento simbólico nesta sexta-feira (14) no Hospital das Clínicas. Nos postos de saúde de SP, campanha de vacinação só começa na segunda-feira (17) para crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas.
Por g1 SP — São Paulo
Pai do menino indígena Davi Xavante, de 8 anos, que foi a primeira criança vacinada contra a Covid-19 no Brasil nesta sexta-feira (14), o cacique Jurandir Seremramiwe se disse muito feliz pelo início da imunização infantil no país e espera que o filho dele seja exemplo para outras etnias indígenas, para que incentivem a imunização dos curumins.
“Estou muito feliz de ser pai do Davi. Tomar a primeira dose é exemplo para todas as crianças de 5 a 11 anos. Que o resto do Brasil também possa vacinar, fazer essa campanha para salvar e para que, amanhã, tenhamos alegria e sorrisos. O meu filho Davi Xavante ser o primeiro a tomar [a vacina] é exemplo para os demais povos indígenas tomem. Que o Ministério da Saúde honre e se atualize, para que tenhamos prioridade para nossa criançada”, declarou.
“A saúde em primeiro lugar. Vacina é importante, e que nós tenhamos no futuro a criançada do Brasil 100% vacinada. Estou muito encantado”, completou.

Davi é morador de Piracicaba, no interior de São Paulo, mas está na capital paulista para realizar um tratamento médico, acompanhado do tutora Fernanda Viegas Reichardt, que é pesquisadora. O governador João Doria (PSDB) acompanhou o ato no Hospital das Clínicas, na Zona Oeste da capital.

Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, da tribo Xavante, primeira criança a receber a primeira dose da vacina contra Covid-19 no Brasil. — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Evento simbólico
Além de Davi, outras crianças foram vacinadas no evento inaugural, como Gianlucca Trevellin, de 9 anos, que tem atrofia muscular espinhal do tipo 1, Valentina Moreira, de 6 anos, e Caio Emanuel Oliveira, de 10 anos, que realizaram ou estão na fila por transplante de rim, e Isabela, de 9 anos, que tem fibrose cística.

Gianlucca Trevellin, que possui atrofia muscular, é vacinado contra a Covid-19 nesta sexta (14) — Foto: BRUNO ROCHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
Graziely de Oliveira, de 8 anos, Leonardo Martinez, de 5 anos, Marcelo Gabriel Moreira, de 10 anos, e Cauê Henrique dos Santos, de 11 anos, que possuem síndrome de Down, também receberam a vacinação durante o evento simbólico. Além de Luiz Felipe Barboza, de 11 anos, que é quilombola.
As vacinas foram aplicadas pela enfermeira Jéssica Pires de Camargo, que também vacinou Mônica Calazans no evento que inaugurou a imunização contra Covid no país.

Lorena Cordeiro, de 7 anos, tem Síndrome de Down — Foto: Reprodução/TV Globo
Vacinação infantil

Enfermeira prepara dose de vacina infantil contra a Covid-19 em evento no Hospital das Clínicas, em São Paulo, nesta sexta (14) — Foto: Reprodução/TV Globo
De acordo com a gestão estadual, a capacidade de vacinação do estado é de 250 mil crianças por dia, podendo este número ser até superior, de acordo com a demanda das famílias paulistas.
O pré-cadastro para vacinação desse público foi liberado na quarta (12). Os pais podem acessar o site do governo paulista (www.vacinaja.sp.gov.br) para inserir os dados da criança e agilizar o atendimento nos postos de saúde do estado.
Em dezembro, a gestão estadual divulgou as imagens da carteirinha de vacinação contra Covid-19 que será usada durante a campanha de imunização de crianças de 5 a 11 anos no estado.
Com o topo amarelo e a hashtag #Vacinajá em letras coloridas, a carteirinha é similar à que é usada no estado para a imunização de adultos e adolescentes.

Carteirinha de vacinação contra a Covid-19 infantil no estado de São Paulo — Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo