É tempo de se aquilombar
“O aquilombamento é uma necessidade histórica, é um chamado, uma reconexão com nossa ancestralidade para atuar no presente, é construir esperança, é construir força, é construir sonho, é construir um futuro melhor!”
Por Joselicio Junior – revistaforum
A esperança é o sentimento que nos move. Sonhar, lutar e acreditar que podemos construir algo melhor para nós e para as próximas gerações.
Somos um povo sofrido que resiste há séculos, lutamos até hoje contra os invasores que querem tomar nossas terras. Lutamos contra a escravização dos nossos corpos por mais de três séculos e neste processo construímos alternativas de sociabilidade, que foram os quilombos.
O aquilombamento foi uma experiência concreta, que demonstrou na prática que era possível construir uma outra sociedade mais humana, mais justa, mais ambientalmente viável. Os quilombos são o resultado da ousadia, da perspicácia de um povo que não se curvou diante das dificuldades e das barreiras que pareciam intransponíveis. O fim da escravização foi fruto dessa luta.
Os desafios e as dificuldades não acabam com o fim da escravização, mas ganham novos contornos. A luta passa a ser pela sobrevivência, pelas tentativas de integração social, econômica e cultural, pelo direito de existir. Questões que estão colocadas até hoje pelo povo negro em nosso país.
Na atualidade atravessamos um momento de profundas dificuldades, ausência de emprego e poucas alternativas de geração de renda. Quem consegue emprego precisa se deslocar por longas horas no transporte público e muitas vezes não tem com quem deixar os filhos pela ausência de creches. Nos bairros onde moramos falta muita coisa, a escola é precária, falta remédio no posto, não tem espaços culturais e de lazer, nos sentimos inseguros, inclusive com a presença daqueles que deveriam nos proteger.
O cotidiano massacrante nos faz parecer fracos, impotentes, incapazes de mudar os rumos e a rota da vida. Isso nos traz a necessidade de sempre buscar um conforto, um acalanto, algo que nos alimente de esperança para seguirmos em jornada. Essa busca não deve ser individual, mas coletiva.
Aquilombar-se na atualidade é estabelecer o Autocuidado, construir espaço coletivos de afeto, de acolhimento, de escuta, de sociabilidade, de sentidos coletivos, de fortalecimento de laços, memórias e constituição de uma identidade.
Aquilombar-se é se Organizar, constituir espaços que possamos refletir e agir sobre a nossa realidade. Questionar o que está posto que nos oprime e construir demandas, ações concretas, nos colocar em movimento para mudar nossa realidade.
Aquilombar-se é compreender a nossa história, nossas origens, nossa cultura, resgatar nossas memórias, é lembrar o passado, para entender o presente e construir o futuro. Isso nos faz perceber o quanto a Ação Cultural e Ação Política caminham juntas e formam uma tecnologia poderosa de organização e intervenção social.
Aquilombar-se é se Organizar, constituir espaços que possamos refletir e agir sobre a nossa realidade. Questionar o que está posto que nos oprime e construir demandas, ações concretas, nos colocar em movimento para mudar nossa realidade.
Aquilombar-se é compreender a nossa história, nossas origens, nossa cultura, resgatar nossas memórias, é lembrar o passado, para entender o presente e construir o futuro. Isso nos faz perceber o quanto a Ação Cultural e Ação Política caminham juntas e formam uma tecnologia poderosa de organização e intervenção social.
O aquilombamento é uma necessidade histórica, é um chamado, uma reconexão com nossa ancestralidade para atuar no presente, é construir esperança, é construir força, é construir sonho, é construir um futuro melhor!
Fonte: Revista Fórum
Réquiem para o Cerrado – O Simbólico e o Real na Terra das Plantas Tortas
Uma linda e singela história do Cerrado. Em comovente narrativa, o professor Altair Sales nos leva à vida simples e feliz no “jardim das plantas tortas” de um pacato povoado cerratense, interrompida pela devastação do Cerrado nesses tempos cruéis que nos toca viver nos dias de hoje.
COMPRE AQUI