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Escola ganha horta orgânica de 600 m2

pública de SP ganha horta orgânica de 600 m2 para ajudar no combate à dos alunos

A Escola Municipal de Ensino Básico Professora Nurimar Martins Hiar, localizada no município de Ferraz de Vasconcelos, em , ganhou uma Horta Comunitária Orgânica com extensão de 600 m².

Por Jéssica Miwa

O foi desenvolvido em parceria com Gerando Falcões, Ifood, Elo, Cidadão Sem Fome e Pé de Feijão. O objetivo é aproximar os estudantes dos alimentos e de seu processo de produção, para que tenham uma relação mais saudável com a . Tudo o que for cultivado na horta será usado na merenda escolar e também ofertado às famílias dos alunos.

O projeto envolveu toda a equipe da unidade e os 730 estudantes, ocupando a área externa para o plantio de árvores frutíferas e hortaliças. Com a horta serão desenvolvidas múltiplas capacidades e conhecimentos que vão desde o plantio até a saudável, percepção da importância dos alimentos e da agricultura e a relação do com o ser humano.

Segundo a ONG Gerando Falcões, a iniciativa vai além da ação pedagógica. Irá contribuir com o combate à fome e e será uma ferramenta de transformação da comunidade. “As pessoas aqui deram um show de . Essas merecem o melhor e não só as migalhas. Vamos combater a pobreza e mudar esse cenário”, disse Eduardo Lyra, CEO da organização.

Os alunos puderam também pintar e ornamentar os vasos e já levaram para casa mudas plantadas por eles.

Fonte: The Green Post. Foto de capa: (Divulgação – Gerando Falcões). Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade da autora.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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