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ESTADUALIZAÇÃO DE PARQUE NACIONAL EM MT

Estadualização de parque nacional em MT pode ser votada esta semana no Senado

Proposta para abocanhar a gestão completa da reserva tramita em caráter terminativo na Comissão de Meio Ambiente.

Por Aldem Bourscheit/O Eco

Um projeto de lei da senadora Margareth Buzetti (PSD/MT) que estadualiza o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães pode ser votado esta semana na Comissão de Meio Ambiente do Senado. Se for aprovado, irá direto para a Câmara dos Deputados, pois tramita de forma terminativa.

O texto tem relatório favorável do senador Mauro Carvalho Júnior (União/MT). Antes, a relatoria esteve por uma semana com a senadora Eliziane Gama (PSD/MA). Margareth Buzetti é suplente do senador Carlos Fávaro (PSD/MT), hoje ministro da Agricultura. 

A proposta no Senado pretende retirar do governo federal a gestão completa da unidade de conservação, não só o manejo do turismo. Fontes mato-grossenses avaliam que a medida pode abrir alas à mineração, loteamentos, e asfaltamento de estradas no entorno e interior do parque.

Mato Grosso tem um currículo de ações contra áreas protegidas. Em 2023, foi suspenso o trâmite de uma emenda à Constituição Estadual que limitava a criação de reservas ambientais. Ano passado, foi tentado encolher o Parque Estadual do Cristalino II. Ainda em 2022, um projeto queria dar cabo do Parque Estadual Serra Ricardo Franco, que este ano arde em chamas.

Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que extinguir e mudar os limites de unidades de conservação federais depende de projetos de lei aprovados no Congresso Nacional.

Aldem Bourscheit Jornalista. Fonte: O Eco

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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