Estudantes criam fralda biodegradável à base de mandioca

ESTUDANTES CRIAM FRALDA BIODEGRADÁVEL À BASE DE MANDIOCA

Estudantes criam fralda biodegradável à base de mandioca

Estudantes do MT criam fralda biodegradável à base de mandioca. O grupo pesquisou como substituir o plástico usado nas fraldas atuais.

Por Redação Catraca Livre 

Um grupo de alunos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)  conquistou o segundo lugar em uma premiação de empreendedorismo com uma fralda biodegradável que usa amido de mandioca no lugar de plástico comum. Os jovens são do curso técnico integrado ao ensino médio.

toperbio facebook

Alunos do IFMT comemoram prêmio de empreendedorismo

O projeto, chamado Toper Bio,  foi um dos destaques da Maratona Células Empreendedoras MT 2017, cujos vencedores foram anunciados em 21 de fevereiro. Trata-se de uma ação da Secretaria de Estado de Ciências, Tecnologia e Inovação (Secitec) e da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), que tem como proposta incentivar a cultura e o ecossistema da inovação e empreendedorismo no estado.

Nesta semana, os jovens irão até Recife para apresentar o projeto para um grupo de investidores, junto com outros vencedores da Maratona de Células Empreendedoras MT.

Os alunos estudam no campus de Juína do IFMT, a 737 quilômetros de Cuiabá. A Toper Bio surgiu a partir de um desafio enfrentado pelo professor e orientador do grupo, Aloizio Farias, cujo pai sofre de Alzheimer, uma doença degenerativa, considerada irreversível, caracterizada pela perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção, entre outras). O pai precisava usar fraldas geriátricas, e o professor ficava na dúvida sobre o descarte adequado desse produto.

O grupo pesquisou como substituir o plástico usado nas fraldas, que é um polímero sintético feito a partir do petróleo, por um plástico de polímero natural, feito com amido da mandioca.

Wanderson Perondi Lopes, que faz parte do projeto, explica como surgiu a ideia:

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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