Febre Amarela: O macaco não tem cullpa!
À medida em quem casos de febre amarela em macacos são relatados em vários locais do Brasil, eles passaram a enfrentar grande perseguição.
Por Izalete Tavares
Por falta de informação e por medo, as pessoas buscam eliminar os macacos usando armas, venenos em comidas, ou jogando paus e pedradas na direção dos animais.
Mas, ao contrário do que muita gente pensa, os macacos são extremamente sensíveis ao vírus, mas não são transmissores da doença, são apenas mais uma vítima. Até o momento, o bugio (só no Espírito Santo, já morreram mais de 1.100 animais) é o macaco mais atingido pela febre amarela, mas não é a única espécie que está sofrendo com o vírus.
Os seres humanos também estão sendo afetados pelo vírus da doença, inclusive com alguns casos de morte registrados este ano no Brasil.
Mas, ao contrário de nós, os macacos não contam com a proteção de uma vacina. Por isso, muitas mortes do animal ocorrem onde a febre amarela está mais concentrada. Suas mortes nos mostram para onde o vírus avança.
Os verdadeiros vilões por trás da febre amarela são os mosquitos Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue na zona urbana, e mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que transmitem o vírus na zona rural e silvestre.
Além disso, o desmatamento e a falta de cuidado com o meio ambiente também contribuem para que desastres como esse sejam cada vez mais comuns.
Agora que já temos essa informação, vamos cuidar de nossos macacos! Eles também são vítimas, perdem vidas, têm seus bandos e famílias desestruturados, e sofrem como nós. Sem os macacos em nosso ecossistema, enfrentaríamos um verdadeiro caos, pois eles são extremamente importantes para o bom funcionamento de nosso meio ambiente.
O macaco não pode fazer nada, mas nós podemos evitar a febre amarela. Lembre-se de tomar sua vacina. Ela, agora, é válida por toda a vida e já pode ser tomada nos primeiros seis meses de vida.
Mas, antes, cheque se você pode tomá-la ou não. Algumas pessoas são alérgicas. Para mais informações, procure uma unidade de saúde da sua região.
COMO PREVENIR A FEBRE AMARELA EM ÁREAS URBANAS
A Secretaria Estadual de São Paulo confirmou o registro do primeiro caso de febre amarela em 2025. Uma doença perigosa, que pode evoluir rapidamente e causar graves consequências. Esse cenário acendeu um alerta para as autoridades de saúde.
Entenda o que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves, informa o Ministério da Saúde.
A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão: urbano e silvestre. No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Ae. aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
A condição tem esse nome porque a pessoa fica amarela, já que a infecção aumenta a presença de bilirrubina no corpo. A substância é decorrente de uma lesão no fígado consequência da febre, o que leva a uma insuficiência hepática.
“As consequências da insuficiência hepática, na maioria das vezes, leva a pessoa a óbito“, aponta o Dr. Julio Henrique Onita, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Além disso, a febre amarela pode levar a outras condições, como uma encefalite, causando confusão mental. O problema também coloca a vida em risco.
Sintomas de febre amarela
Segundo o infectologista, como qualquer doença viral, as principais manifestações são mal estar, dor no corpo, queda do estado geral e dor abdominal (quando começa a inflamar o fígado).
“Essas manifestações surgem rapidamente, no intervalo de uma semana o paciente já está bastante mal. É uma evolução bastante agressivo“, alerta o médico.
Como prevenir
A principal forma de prevenir a febre amarela é com a vacina. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Portanto, toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que irão viajar para essas áreas devem se imunizar pelo menos 10 dias antes do deslocamento.
Além disso, o Dr. Julio Henrique recomenda o uso de barreiras contra o mosquito, como telas e repelentes.





