Galeria: Brasil bateu recorde de desastres naturais em 2023, diz Cemaden

Galeria: bateu recorde de desastres naturais em 2023, diz Cemaden 

Média foi de três registros de desastres naturais por dia; liderou o ranking, com 23 ocorrências. Mais de 132 pessoas morreram em decorrência dos eventos.

Por Júlia Mendes/O Eco

Como se já não bastasse o recorde de ano mais quente no Brasil até então, 2023 também foi recordista em desastres naturais. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), foram registrados 1.161 eventos hidrológicos ou geohidrológicos no país ao longo do ano, com 132 associadas às ocorrências. 

O balanço do Cemaden mostrou que 9.263 pessoas ficaram feridas ou enfermas após os desastres, 74 mil ficaram desabrigadas e 524 mil ficaram desalojadas. Além disso, os prejuízos econômicos causados pelos desastres no país somaram cerca de R$ 25 bilhões, entre áreas públicas e privadas.

O Cemaden monitora 1.038 municípios ininterruptamente. Dos mais de 1,1 mil desastres registrados, 716 foram eventos hidrológicos, como transbordamento de rios, e 445 de geológica, como deslizamentos de

Veja nossa galeria com o ranking dos 10 municípios com o maior número de ocorrência: 

Xanxerê, em SC, teve 9 eventos de desastres ambientais em 2023. Em janeiro do ano passado (foto acima), um temporal destruiu o telhado e a estrutura acabou atingindo duas casas. Foto: Agência de Notícias/SC.
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Foto: Defesa Civil de Ubatuba
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Itaquaquecetuba, em SP, teve 10 eventos de desastres ambientais em 2023. Em decorrência das fortes chuvas que atingiram o município, como mostra a foto acima, a Prefeitura decretou situação de emergência em doze bairros e seis vias da cidade, em fevereiro de 2023. Foto: Prefeitura de Itaquaquecetuba
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Curitiba, no PR, teve 10 eventos de desastres ambientais em 2023. Em julho do ano passado, (foto acima) carros foram danificados por queda de árvore na avenida Iguaçu, devido à ventania causada pela passagem de ciclone extratropical pelo sul do país. Foto: Giuliano Gomes/PR Press/Folhapress
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Salvador, na BA, teve 11 eventos de desastres ambientais em 2023. Em outubro do ano passado (foto acima), foi realizada uma Vistoria das obras de drenagem, terraplanagem e pavimentação asfáltica para recuperação do aterro que cedeu e do bueiro rompido após a forte chuva e entrega das obras emergenciais de reparo no trecho da rodovia BA-528 (Estrada do Derba) em Salvador. Foto: Joá Souza/ GOVBA
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Barra Mansa, no RJ, teve 14 eventos de desastres ambientais em 2023. Em março do ano passado, (foto acima) Chuvas deixaram áreas alagadas e famílias desalojadas no município. A defensoria do RJ deu 90 dias para que a Prefeitura de Barra Mansa tomasse providências para melhorar a situação da cidade após os temporais. Foto: Prefeitura de Barra Mansa
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Brusque, em SC, teve 14 eventos de desastres ambientais em 2023. Em outubro do ano passado, o governo do distribuiu itens de ajuda humanitária para municípios atingidos pelas chuvas. Foto: Agência de Notícias/SC
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Petrópolis, no RJ, teve 18 eventos de desastres ambientais. A foto acima mostra a destruição causada pela chuva no centro do município em fevereiro de 2023. Pelo menos 104 pessoas morreram após os deslizamentos e alagamentos causados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade.Foto: Jhonatan de Araújo/Zimel Press/Folhapress
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teve 22 eventos de desastres ambientais em 2023. Em dezembro do ano passado (foto acima), chuva com ventos fortes derrubou árvores e interditou ruas no bairro do Jardins, na zona sul de São Paulo. Foto: Cesar Conventi /Fotoarena/Folhapress
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Manaus, no AM, teve 23 eventos de desastres ambientais. Em março de 2023 (foto acima), fortes chuvas causaram deslizamento de terra no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, deixando ao menos oito pessoas mortas. Foto: Márcio Melo/Folhapress

Júlia MendesEstudante de Jornalismo (UFRJ). Fonte: O Eco. Foto de capa: Jhonatan de Araújo/Zimel Press/Folhapress.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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