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Ilumina minha Mãe

Ilumina minha Mãe

Ilumina minha Mãe

Ilumina minha Mãe esse medo por favor
Me mostra a liberdade de viver no seu amor
Me leva às profundezas das minhas emoções…

Por Marie Gabriella Padovan Catenne

Para eu ver com clareza inconscientes negações
Que me deixam dormindo em distorcido prazer
Seguindo distraído tão distante de você
Como voz eu quero ser, como a Lua a clarear
Refletindo a luz do Sol para a noite iluminar
Rumo ao oceano nas suas águas brincar
Na beleza apreciando para a vida celebrar
Ilumina ó minha mãe esse medo por favor
Me mostra a liberdade de viver no seu amor
Me leva às profundezas das minhas emoções
Para eu ver com clareza inconscientes negações
Que me deixam dormindo em distorcido prazer
Seguindo distraído tão distante de você
Como Vós eu quero ser como a Lua clarear
Refletindo a luz do Sol para a noite iluminar
Rumo ao oceano na suas águas brincar
Só beleza apreciando para a vida celebrar

Ó Mãe, ó Mãe de Deus
Proteja os filhos seus
Ó Mãe, ó Mãe de Deus
Perdoe os filhos seus
Ó Mãe, Ó Mãe de Deus
Proteja os filhos seus
Ó Mãe, ó Mãe de Deus
Perdoe os filhos seus

Deixar a luz brilhar
A flor florescer, a vida revelar a verdade do meu ser
Deixar o Sol nascer dentro do meu coração
O amor manifestar a mais pura gratidão
Deixar a luz brilhar
A flor florescer, a vida revelar a verdade do meu ser
Deixar o Sol nascer dentro do meu coração
O amor manifestar a mais pura gratidão

Ó mãe, mãe natureza
Mostrai-nos vossa beleza
Ó mãe, mãe natureza
Lembrai-nos da nossa essência
Ó mãe, mãe natureza
Mostrai-nos vossa beleza
Ó mãe, mãe natureza
Lembrai-nos da nossa essência

Interceda junto ao Pai levando a minha oração
O pedido é a bênção que me traz aceitação
A Vós quero servir, junto a Ti quero seguir
Aprendendo a dizer sim para tudo que há de vir
Interceda junto ao Pai levando a minha oração
O pedido é a bênção que me traz aceitação
A Vós quero servir, junto a Ti quero seguir
Aprendendo a dizer sim para tudo que há de vir

Ó Mãe, Ó Mãe de Deus
Ó Mãe, Ó Mãe de Deus
Ó Mãe, Ó minha Mãe
Ó mãe, Ó minha Mãe

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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