Isabel não mentiu. Ela dava comida para “seus irmãos”
Da página de Selma Rocha no Facebook:
“Fui almoçar em um self service baratinho no Flamengo. Na entrada, uma menininha linda de uns sete anos me interceptou:
– Tia, me paga um prato de comida. Eu quero comida. Tô com fome.
Quem vai negar um prato de comida para uma criança?
Quem vai negar um prato de comida para uma criança?
– Claro. Vamos, falei. Qual seu nome?
– Isabel, tia.
– Vamos lá, Isabel.
Assim que entramos ela começou:
– Pode ser quentinha? É que eu preciso levar para meus irmãos também, tia.
– Quantos são?, perguntei.
– Muitos, tia. Respondeu ela olhando para as opções. Pode ser quentinha, tia?
– Claro. O que você quer que eu coloque aqui?
– Arroz, tia. Coloca muito arroz. Agora feijão, tia. Purê de batata. Mais purê. Macarrão, tia.
– Não quer legumes? Uma salada também? Não quer?, insisti como faço com meus filhos.
– Não, tia. Quero comida. Carne, tia. Pode colocar carne também?
A quentinha deu 40 reais de tanto peso. Geralmente pago menos que 15 no meu prato.
Entreguei para Isabel com uma garrafa de refrigerante que ela havia escolhido. Isabel pegou tudo e saiu correndo.
Fiz meu prato e sentei para almoçar com calma.
Em poucos minutos, vi Isabel mais uma vez com outra tia apontando o que queria colocar na quentinha.
Lá saiu Isabel apressada com outra marmita…
Logo depois, veio Isabel segurando a mão de um tio de novo. O tio olha para ela carinhosamente e coloca tudo o que Isabel quer.
Nessa hora eu estava pagando e resolvi seguir Isabel.
Ela foi ali para a praça do Largo do Machado. Havia várias pessoas com cobertores sujos, roupas rasgadas, sentadas no chão e deitadas em cima de papelão esperando por Isabel.
Isabel não mentiu. Ela dava comida para “seus irmãos”.
Tão pequena e já carrega a responsabilidade de um Estado e a pressa – daqueles que entendem a necessidade – de alimentar um Brasil”.
Elika Takimoto – Escritora e professora de Física do Cefet
– Isabel, tia.
– Vamos lá, Isabel.
Assim que entramos ela começou:
– Pode ser quentinha? É que eu preciso levar para meus irmãos também, tia.
– Quantos são?, perguntei.
– Muitos, tia. Respondeu ela olhando para as opções. Pode ser quentinha, tia?
– Claro. O que você quer que eu coloque aqui?
– Arroz, tia. Coloca muito arroz. Agora feijão, tia. Purê de batata. Mais purê. Macarrão, tia.
– Não quer legumes? Uma salada também? Não quer?, insisti como faço com meus filhos.
– Não, tia. Quero comida. Carne, tia. Pode colocar carne também?
A quentinha deu 40 reais de tanto peso. Geralmente pago menos que 15 no meu prato.
Entreguei para Isabel com uma garrafa de refrigerante que ela havia escolhido. Isabel pegou tudo e saiu correndo.
Fiz meu prato e sentei para almoçar com calma.
Em poucos minutos, vi Isabel mais uma vez com outra tia apontando o que queria colocar na quentinha.
Lá saiu Isabel apressada com outra marmita…
Logo depois, veio Isabel segurando a mão de um tio de novo. O tio olha para ela carinhosamente e coloca tudo o que Isabel quer.
Nessa hora eu estava pagando e resolvi seguir Isabel.
Ela foi ali para a praça do Largo do Machado. Havia várias pessoas com cobertores sujos, roupas rasgadas, sentadas no chão e deitadas em cima de papelão esperando por Isabel.
Isabel não mentiu. Ela dava comida para “seus irmãos”.
Tão pequena e já carrega a responsabilidade de um Estado e a pressa – daqueles que entendem a necessidade – de alimentar um Brasil”.
Elika Takimoto – Escritora e professora de Física do Cefet
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Brasil