KADDISH PARA MARIELLE FRANCO

Kaddish para Marielle Franco

“Rezamos o Kaddish não apenas por obrigação, mas como um ato de compaixão pela alma de alguém que consideramos um justo.”

Por: #JudeusPelaDemocraciaSP

O Kaddish é a oração pela qual a tradição judaica expressa, desde a Idade Média, o louvor a D’us por uma pessoa, em especial para aquela que teve vida meritória. Rezamos o Kaddish não apenas por obrigação, mas como um ato de compaixão pela alma de alguém que consideramos um justo.

Neste dia 14 de março de 2019, lembramos um ano do assassinato da Marielle Franco, vereadora conhecida por sua luta pela dignidade humana.  Lembramos também que, em nossa tradição, o ser humano, na sua condição de imagem divina – tselem eloim – é portador de uma dignidade sagrada de onde deriva a noção de Direitos Humanos.

Recuperamos essa expressão de nossa tradição, como modo de honrar e pedir justiça pela vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Independente de orientação política, convidamos os membros da comunidade judaica brasileira que se reúnam em grupos de no mínimo 10 pessoas para rezar o Kaddish por eles, nesta data ou nesta semana. Em especial nos dirigimos aos rabinos e professores, para que tenham sensibilidade em colocar este tema no Kaddish em suas comunidades.

#MarielleVive
#JudeusPelaDemocraciaSP

Fonte: https://www.geledes.org.br/kaddish-para-marielle-franco/

kaddish

 

 

 

 

 

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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