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LICOR DE ROSAS COM PÉTALAS AÇUCARADAS: APROVEI!

Licor de Rosas com Pétalas Açucaradas: Provei e aprovei!

“O amor não pensa, sente ou não sente.”

Por Iêda Vilas-Bôas

Para quem já teve a oportunidade de apreciar o espaço do Restaurante “Como  água para Chocolate” em Santiago no Chile pode comprovar o que vi, senti e e vou escrever, e para quem não foi, terá a oportunidade de saber que ali é um lugar onde você come por necessidade e encantamento, por amor e esquecimento, por tristeza e alegria, pelo humano e pelo divino.

O restaurante fica em um casarão e tem uma decoração rústica, porém elaborada e com sutis toques de requinte.

Uma das mesas é uma cama antiga, que fez parte do cenário do filme com o mesmo nome, com pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelo forro pálido-alvo que destaca-se entre as direcionadas luzes.

Está localizado no popular Barrio Bellavista, cativando clientes não só com as suas finas e os elegantes pratos saborosos.

Da cozinha do restaurante emana um cheiro Limpo, bom e refrescante de manjericão e hortelã. O vinho de colônia transcende pelos salões, juntamente com o olor do tabaco e do café torrado e moído artesanalmente.

Ali a se faz com produtos que vêm da sadia e que fertilizam a vida e o amor reavivando nos que desfrutam desse banquete o vigor e a paixão  latentes ou adormecidos.

Foi ali que provei e aprovei essa iguaria que compartilho com vocês. Quisera conseguir esparramar a sinestesia envolvente daquele instante. Bom provecho!

Provei e aprovei! Licor de Rosas com Pétalas Açucaradas

INGREDIENTES

1 rosa grande – o ideal é que a flor não tenha sido tratada com pesticidas e você mesmo possa colhê-las pela manhã, ainda úmidas de orvalho.
1 clara de ovo
1 colher de sopa de água
Açúcar de confeiteiro o quanto baste
1 pincel macio de ponta pequena
Papel manteiga

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MODO DE FAZER
* Lave bem a rosa em água corrente e deixe que escorra um pouco o excesso de água numa peneira ou escorredor de macarrão por exemplo.
* Retire as pétalas e dispense o resto da flor.
* Retire a parte brancas da base das pétalas, pois elas amargam ao serem mastigadas.
* Espalhe as pétalas sobre um papel absorvente de cozinha para que termine de secar.
* Num vasilha pequena, use um garfo para bater levemente a clara de ovo com a água.
* Com o pincel, pincele cada pétala, dos dois lados, com a clara batida.
* Em seguida, coloque a pétala pincelada com clara no açúcar, cobrindo-a de forma a que o açúcar fique bem aderido à pétala, como se estivesse empanando a pétala com o açúcar.
* Coloque as pétalas já açucaradas para secar sobre uma assadeira forrada de papel manteiga ou uma grade e deixe em local arejado, em temperatura ambiente, por cerca de 24 horas, até que estejam secas. Mova ligeiramente as pétalas a medida que vão secando para que não grude no papel.
* Caso o esteja úmido, coloque as flores açucaradas para secar em forno baixo (150°C), por 10 minutos.
* Uma vez secas, guarde-as em um recipiente hermeticamente fechado. Tenha cuidado, pois as pétalas são muito frágeis e quebram facilmente.

Bem acondicionadas as cristalizadas resistem, perfeitamente, por duas semanas.

DICAS

1- Para dar um sabor mais acentuado de rosas, substitua a colher de sopa de água por água de rosas.

2- Se preferir, substitua o açúcar de confeiteiro por açúcar cristal ou mesmo pelo refinado.

3- A mesma técnica que cristaliza as pétalas de rosas cristaliza quaisquer flores comestíveis ou folhas, como hortelã, sálvia e manjericão por exemplo.

4- Mãos pegajosas podem rasgar pétalas delicadas, por isso lave ou vá limpando os dedos com uma toalha molhada conforme vá trabalhando.

Utilize como base do drink run branco acrescido de suco de rosas, na proporção de 3/1. Para servir uma taça de boca larga e enfeitada com açúcar mascavo demerado (grosso). 

Iêda Vilas-Boas – Encantada em 08/04/2002.

LICOR DE ROSAS COM PÉTALAS AÇUCARADAS: PROVEI E APROVEI!
Restaurante Como Água para Chocolate – Chile

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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