Lula

LULA: “PREFIRO SER UM PRESO DIGNO DO QUE SER UM SOLTO RATO”

“Prefiro ser um preso digno do que ser um solto rato”

Essa foi a mensagem enviada pelo presidente Lula por meio do jornalista Juca Kfouri e do procurador aposentado de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, Afrânio Jardim, durante visita que os dois fizeram a ele na masmorra de Curitiba, nesta quinta-feira, dia 4 de abril. Segundo Kfouri, Lula sinaliza que pode resistir à ideia de uma eventual prisão domiciliar, já que foi condenado sem provas e é, portanto, inocente.

Consciente do seu papel na história e da perseguição a que é cruelmente submetido por ser o melhor presidente que o Brasil já teve, e o mais amado pelo povo brasileiro, Lula enfrenta com altivez e dignidade as maldades a que é exposto, como a negativa de participar do funeral de seu irmão Vavá e o pouco tempo que lhe deram, cercado por policiais – um deles com insígnia da polícia de Miami (USA) para se despedir de seu neto Arthur.

Em conversa com militantes da Vigília Lula Livre, Kfouri deu notícias de um cidadão de 73 anos de idade fisicamente bem e totalmente voltando para a busca de soluções para retirar o Brasil da lama em que insistem em nos jogar.  “O Lula é o Lula. Não dá para encontrar Lula e não sair otimista. Ele só em fala em projetos para o Brasil, em quando ele sair daqui, naquilo que o PT precisa fazer”.

No dia 7 de abril, data em que a prisão de Lula, ordenada pelo marido da Conge, completa um ano, haverá manifestações no mundo todo. Para o ex-procurador Afrânio Jardim, o processo e a prisão de Lula é  “brutalidade”. À Vigília Lula Livre, Jardim expressou sua perplexidade sobre como a sociedade aceita a prisão do presidente Lula:  “O maior líder político da história do Brasil, isolado em uma sala. Com tanta coisa para dizer, amado por tanta gente aqui fora”. Boa parte de nós também se sente assim…

#LulaPresoPolitico

#LulaLivre!

lula curitiba120282 mão quatro dedos Ricardo StuckertFoto: Ricardo Stuckert

Capa: Lula fichado pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde ficou preso por 31 dias em 1980

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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