MANIFESTO PELO FIM DO USO DO “CORRENTÃO” NO BRASIL

MANIFESTO PELO FIM DO USO DO “CORRENTÃO” NO BRASIL

MANIFESTO PELO FIM DO USO DO “CORRENTÃO” NO BRASIL

Convocação à sociedade brasileira em defesa da justiça socioambiental:

O uso do correntão no desmatamento continua sendo uma prática devastadora e ainda amplamente permissiva no Brasil, apesar de seus efeitos irreversíveis sobre os biomas, os povos e o clima. Essa técnica — que arrasta correntes metálicas entre tratores para derrubar vastas áreas de vegetação nativa — chega a desmatar até dez campos de futebol em um dia, dizimando árvores, arbustos e a fauna local, incluindo espécies ameaçadas, que não têm tempo de fugir. Ela compromete a biodiversidade, a segurança hídrica, os direitos de populações ancestrais e tradicionais, além de enfraquecer os esforços de enfrentamento à crise climática.

MANIFESTO PELO FIM DO USO DO “CORRENTÃO” NO BRASIL

Diante disso, organizações da sociedade civil se uniram para exigir o banimento definitivo do correntão no país, por meio de medidas concretas e imediatas do Congresso Nacional, dos órgãos ambientais e das assembleias legislativas estaduais.

Você — cidadã, cidadão, coletivo, movimento ou organização — pode somar forças a essa mobilização. A ampliação do apoio público e institucional é essencial para garantir o avanço do Projeto de Lei 5.268/2020 e a revisão de normativas estaduais que ainda autorizam essa prática, como ocorre em Mato Grosso.

🔗 Leia o manifesto completo clicando aqui!!!

📌 Preencha esse formulário para incluir seu nome ou o nome de sua organização entre as signatárias do Manifesto.

Cada nova assinatura amplia a legitimidade do pedido e fortalece o compromisso coletivo com a proteção dos territórios, da vida e dos modos de existência que dependem dos nossos ecossistemas.

Não há mais tempo a perder. Agir hoje é proteger tudo o que ainda vive — pela natureza, pelos povos e pela diversidade que nos sustenta.

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Foto: Reprodução/Facebook

Capa: Trator puxa corentão no Mato Grosso. (Foto: Mayke Toscano/Governo MT)

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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