Muito além do atendimento bancário
Principal operador das políticas públicas sociais, a Caixa Econômica Federal está presente na vida dos brasileiros desde a água encanada e tratamento de esgoto das cidades ao sonho da casa própria e da vida digna por meio do Bolsa Família.
Por Sergio Takemoto/Caixa Econômica Federal
Em 162 anos de existência da Caixa, essa atuação fundamental para o país se deve ao trabalho dos mais de 80 mil empregados do banco público. O desempenho desses profissionais ao longo dos anos construiu o papel social que a Caixa ostenta de forma tão brilhante.
Para além da atuação bancária, está no DNA dos empregados da Caixa a atuação social – seja ela por meio dos programas sociais que a Caixa opera, seja pelo movimento associativo.
E foi assim que surgiu a campanha SOS Yanomami – da solidariedade dos empregados da Caixa. Promovida pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em parceria com a Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs) e a Moradia e Cidadania, a campanha lançada em janeiro arrecadou mais de R$ 106 mil em um mês, com mais de 900 empregados Caixa doadores.
A crise Yanomami explodiu como um genocídio. A facilitação de atividades garimpeiras na região, pelo governo de Jair Bolsonaro, levou a morte aos indígenas. Cerca de 570 crianças de até cinco anos morreram de desnutrição e malária – quadros evitáveis se houvesse uma atuação do Estado que priorizasse o social e o humano.
Os casos, denunciados por parlamentares e entidades que atuam na região, foram deixados de lado pelo governo Bolsonaro, e a atividade garimpeira ilegal invadiu os territórios em velocidade alarmante. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), 53% das crianças estão desnutridas, há registros de 44 mil casos de malária em menos de dois anos.
Frente à tragédia, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva decretou situação de emergência na região, algo que já deveria ter sido feito há tempos pela gestão anterior, selando a omissão no caso. Foi nesse cenário que os empregados da Caixa se posicionaram e iniciaram uma campanha para socorrer os indígenas. Lançada em janeiro de 2023, a campanha mobilizou empregados de todo o Brasil.
O valor arrecadado pelos trabalhadores da Caixa foi usado para amparar as etnias indígenas que estão sofrendo com a crise em Roraima. A campanha ainda reuniu cestas básicas e diversos equipamentos de saúde que foram doados para a Casa de Apoio ao Indígena em Boa Vista, Roraima.
Participar da entrega dos itens arrecadados foi fundamental para ver de perto a situação dos indígenas naquele estado. Os empregados Caixa que estiveram no encontro viveram um momento único. Pudemos presenciar o quanto cada ajuda dos empregados da Caixa vai fazer a diferença na vida dos indígenas.
Foi sabendo da força dos empregados da Caixa que o governo federal convocou os trabalhadores para auxiliar na crise humanitária. A pedido da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a parceria entre o banco público e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) instalou duas agências do banco e uma Casa Lotérica para atendimento especializado aos indígenas nos estados. O trabalho foi chamado de Missão Caixa-Povos Indígenas.
Uma das trabalhadoras, que está atuando neste atendimento, é a bancária Ivanildes Pereira da Costa. Empregada Caixa há 17 anos, ela revelou que a motivação em se inscrever para o trabalho foi a oportunidade de atender comunidades carentes, poder levar informação e atendimento de qualidade a quem anseia por isso.
Nesta campanha, os empregados da Caixa demonstraram a união da classe trabalhadora, da mobilização coletiva, na busca de uma vida digna para todos. Defender os direitos dos povos originários e comunidades tradicionais também é lutar pela cidadania e por um país democrático.
Muito mais que bancários, os empregados da Caixa são a ponte entre as políticas públicas e a população. É deles a missão de atender a população da melhor forma possível e mostrar todas as possibilidades de um aumento de renda ao sonho da casa própria ou do ensino superior.
Atender a população Yanomami, mais que um dever do empregado Caixa, é uma missão que todos fazem com muito orgulho. Levar a Caixa para um povo que já sofreu tanto é levar cidadania para aqueles que mais precisam.
Sergio Takemoto – Presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae). Todas as fotos cedidas pela Fenae.