Municípios que mais desmatam estão no Piauí, Bahia e Minas Gerais
Através de imagens obtidas com satélites, o atlas fez um balanço da situação de 3.429 municípios do país, abrangidos pela Lei da Mata Atlântica (que regulamenta a conservação, proteção, regeneração e utilização do bioma e detalha ainda como e onde pode haver intervenção ou uso sustentável da vegetação nativa). “A lei é importante para desenvolver políticas de meio ambiente localizadas, pois é uma legislação que pactua com a própria comunidade local e a sociedade, diferentemente das demais do país”, acredita Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica.
Além do levantamento ano a ano, o estudo acompanha também o índice do desmatamento na última década (2000-2014). Segundo este indicador, as cidades mineiras de Jequitinhonha e Águas Vermelhas foram as que mais desmataram neste período. A primeira perdeu nada menos que 8.700 hectares de vegetação.
Mas nem tudo é má notícia no documento elaborado pela SOS Mata Atlântica e o Inpe. Os mesmos Piauí e Minas Gerais, que estão entre os grandes desmatadores, aparecem também ao lado de Santa Catarina como tendo municípios que mais conservaram a Mata Atlântica. Nas primeiras três posições destacam-se Tamboril do Piauí e Guaribas (PI), ambos com 96% de vegetação natural – que inclui, além das florestas nativas, os refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas – , e Bom Jardim da Serra (SC).
“Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.
Entre as capitais brasileiras, Porto Alegre, Florianópolis, Recife, Teresina e Rio de Janeiro foram apontadas como as que mais conservaram sua vegetação natural.
Fonte: Conexão Planeta