“O adorno – colar – escolhido por Bolsonaro diz muito. Entre os Ameríndios, há aquilo que a literatura etnológica chama de Predação – quando você preda – captura – os atributos físicos ou espirituais do Outro para si.
Não raras vezes, os atributos do Outro – humanos e extra humanos – quando capturados ou predados tornam-se evidência para quem capturou, desta forma, sendo adornado em si ou utilizado em outras práticas rituais.
Como Bolsonaro não pratica o pensamento de Predação Ameríndia e sim o pensamento de Predação Capitalista, a mensagem dele é EVIDENTE: Bolsonaro apresenta um colar de ossos, e nós, humanos findados no capitalismo, sabemos bem o que ossos representa – A MORTE.
Bolsonaro poderia ter escolhido um outro colar do grupo Kalapalo (que a guria ali do lado diz pertencer), mas não, ele não escolheu um colar de miçanga colorido xinguano, ele escolheu o primeiro que representa expôr a morte – ossos – para nós “ocidentais” e enfiou no pescoço. Um troféu entre caçadores.
O recado é claro: NÃO HAVERÁ UM CENTÍMETRO DE TERRA INDÍGENA DEMARCADA! Morte a todos!”
Fonte: Facebook de Gleice Antonia de Oliveira
Nota: Para o líder indígena Davi Kopenawa, do Povo Yanomami, o presidente do Brasil é um Xauara – uma pessoa que tem o pensamento adoecido.