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O “mais” do mesmo do homem

O “mais” do mesmo do homem – A inquietação com o pede de cada pessoa um “mais”. Mais o quê? Ir além de tudo quanto se busca. Um buscar que nunca se esvai. Aprofundar-se nos grandes mistérios do Universo, não; antes, aprofundar-se no mistério do homem que está inquieto no mundo. Seguir um “mais”, um mais do mesmo. Essa angústia deste homem inquieto sofre alguns descompassos por causa do seu cansaço.

Por Joacir S. d´Abadia 

Ele necessita ser novo, porém um novo mais novo hoje do que ontem. Assim, querer dar um sentido a essa indecisão requer um reconhecimento relevante do que esse homem diz ser. Tudo parte de uma falsa acolhida do que realmente o homem se propõe a ser. O desejo de ser aquilo que o homem não consegue ser, faz dele um homem inquieto, angustiado e, por fim, um homem cansado da .
Seu caminho longo a percorrer na vida, em meio ao universo se torna infinito pela pequenez do que seja o homem e o faz ainda mais ínfimo; insignificante na sua vida inteira. Claro, principalmente, quando o “mais” que o homem almeja é o que ele não pode ser. O que deve, portanto, escolher? O silêncio, “o grande ausente de nossa ”, como dizem  os grandes pregadores.
O silêncio desse homem inquieto o reduz ao esquecimento do que ele quer ser, sem poder ser. Calar suas preocupações com o mundo pode levar o homem ao que ele é. Caminhar para o além de seus limites pode culminar com o encontro com aquilo que o homem é, sendo ele mesmo todos os dias. Seu “mais”, aliás, é descobrir que a novidade é o que as coisas são todos os dias, sendo elas mesmas.
Neste mundo de integração do homem, o “mais” que nos deve inquietar é redescobrir que o “mais mesmo” é ser o que realmente somos, todos os dias e não se apegar ao que desejamos ser, sem, contudo, poder ser. Deste modo, ser o que se é todos os dias, ajuda o homem a silenciar as inquietações que lhe causam angústia e a compartilhar com os outros homens o seu “mais” do mesmo.

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Padre Joacir d’Abadia é filósofo, especialista em Ensino Universitário e amante das coisas simples. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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