O QUE NOS UNIA 

O QUE NOS UNIA 

O QUE NOS UNIA 

Athos Pereira me apresentou régua e compasso nas artimanhas do impossível, que é o exercício da política. Que Olorun o receba de braços abertos no Orum. Àsé óoo!

Raimunda Montelo

Athos Pereira, amigo irmão do voo e do mergulho. No voo, sonhou e inspirou sonhos. Sonhos somente permitidos às almas elevadas e generosas. No mergulho, escrevia, dialogava e ensinava os caminhos das transformações sociais, do processo civilizatório.

Emerson Menin

Athos Pereira foi um amigo extraordinário. Dono de um bom humor, culto, inteligente, adorava criar discussões interessantes. Foi a primeira pessoa que conheci que chamava a casa de “aparelho”. Gostava de cozinhar, a feijoada dele era a melhor, e o segredo, bastante alho. Mas o que mais me agradava no Athos, além das boas conversas, era o amor por uma das minhas melhores amigas, a Thais. Os dois eram exemplo de um amor verdadeiro. 

Flávia Regina de Morais

Morreu meu grande amigo Athos Pereira. Amigo de exílio, amigo na volta, amigo no PT, amigo na Câmara, onde foi assessor na Liderança do partido.  Amigo de cachaça, de papo, de literatura, admirador, como eu, do Suassuna.  Irmão da Dag, do Hamilton e do padre, que nos deixou antes.  Irmão dos irmãos, amigo dos amigos. Marido da Thais, que dele cuidou, na trajetória final, depois de longo tempo juntos. Athos conversava bem e escrevia melhor ainda. Tinha perspicácia política e gostava muito de viver. Uma lástima!

Vladimir Palmeira  

O que nos unia? Os sonhos e as lutas da geração de 68, a luta contra a Ditadura, a militância na ALN, o exílio, a volta e a construção do PT.  A luta pelo socialismo, pela justiça social e pela democracia. A militância das antigas, sempre na luta e no combate, sempre buscando saídas para os impasses da luta política e de classes. Athos nunca deixou de militar no PT, participando de suas lutas e de sua direção nacional. Amigo e companheiro, sempre conviveu conosco na alegria e nos momentos duros. Sua presença amiga e solidariedade para comigo foram uma constante. Rendo aqui minha homenagem e expresso minha saudade do amigo e companheiro Athos Pereira. 

Zé Dirceu

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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