Pantanal

PANTANAL: MAIOR PLANÍCIE ALAGÁVEL DO PLANETA REQUER MAIS ATENÇÃO

Pantanal: maior planície alagável do planeta requer mais atenção

O objetivo é conscientizar o poder público, organismos internacionais e a população em geral, de que o Pantanal sofre ameaças e precisa de políticas públicas de proteção mais efetivas.
 
A data foi instituída em 2008 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em homenagem à morte do ambientalista e jornalista Francisco Anselmo de Barros, que ocorreu na mesma data, em 2005. Francelmo, como ficou conhecido, dedicou-se durante 25 anos à luta pela preservação do Pantanal.
 
No evento, serão apresentadas as principais ações de iniciativas e projetos de conservação do bioma, publicações e exibições de teasers de documentários. A programação ainda inclui o lançamento do site do Observatório Pantanal, plataforma que reúne informações sobre o bioma e que poderão ser acessadas pelo público acadêmico e sociedade em geral.
 
Apesar do alto grau de conservação do Pantanal, em comparação com os outros biomas brasileiros, este está longe de ser considerado totalmente protegido. A região está exposta a muitas fragilidades, como já mostraram vários estudos. Os incêndios florestais dos últimos meses causaram impactos ambientais ainda inestimáveis e, também, econômicos, para todos que dependem do bioma para o seu sustento. A degradação das nascentes, devido ao desmatamento, também é uma ameaça.
 
Outro grande risco é a instalação de inúmeras Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no planalto, que afetam diretamente a planície. Há também o assoreamento do rio Taquari, um desastre ambiental sem precedentes no Brasil, que resultou em imensos desertos inundados, onde antes já haviam sido áreas de pastagens produtivas. O Pantanal corre perigo, por isso, medidas para sua proteção são urgentes.
 
Fonte: #Envolverde – Atualização Xapuri
Matéria publicada originalmente em 2019.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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