Peru: Crianças transformam terrenos baldios em jardins infantis

Peru: Crianças transformam terrenos baldios em jardins infantis 

Rogelio Ramos Huamán, morador da periferia de Comas, na capital do Peru, desenvolveu uma ação em seu bairro para transformar terrenos baldios em jardins infantis. A ideia foi baseada numa experiência anterior que ele havia tido ainda na escola, onde tinha que cuidar de um terreno, plantar e cuidar das .

Do portal CicloVivo 

Em sua vizinhança, Rogelio convocou as para ajudá-lo a cultivar plantas e hortaliças em um terreno próximo à sua casa, que até então estava vazio e abandonado. Essa primeira ação aconteceu em 2011 e meses depois, segundo Rogelio, o bairro já estava tomado por outros jardins infantis.

Com a expansão da ação na comunidade, ele pediu à prefeitura autorização para ocupar um terreno na região. As crianças transformaram este local, que estava abandonado e cheio de , em um bosque de 120 m². Lá plantaram árvores frutíferas, colocaram vasos com plantas e alguns bancos para serem usados pelas crianças quando quiserem ler, além de decorarem o local com cartazes e placas. Uma empresa disponibilizou água e adubo orgânico para ser utilizado ali.

Tierra de Ninõs

A da ação iniciada por Rogelio foi contada no do projeto peruano Tierra de Ninõs (TiNi, ou de Crianças em tradução livre), iniciativa da ONG Ania, criada para estimular o por meio do contato das crianças com a natureza. No livro, ele fala sobre o impacto do projeto. “No fim, ficamos felizes pois como a força da nossa crença em mudanças, conseguimos melhorar o bairro e nós mesmos como pessoas”, explica.

Fonte: http://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-estar/criancas-peruanas-transformam-terrenos-baldios-em-jardins-infantis/


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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