POEMA TEU

Poema Teu

Poema Teu

Por Iêda Vilas Boas

Um ano a mais
A menos?
Baba…Tata…
velho-novo-velho
Não importa
tanto chão
A nos separar
estamos, para sempre
Ligados.
Unidos.
Entrelaçados
nessa
Nuvem-fumaça
amor
Ervas e !
Importa a saudade
Que aperta e estrangula
Em lágrimas
Embaça a vista
abre a minha
Coração-espírito
Dando passagem –
rito maduro e consciente
Para o presente:
Meu amado,
Guardei-te em meu oco
Cuidei-te com esmero,
Ensino incisivo
Esforço instintivo,
vindo de nossas ancestrais forças
Construí com peles
que te sobraram
numa eclosão sofrida: Asas!
transforma: Obá Xiré!
Renascido:
ser místico,
alado, profundo
A superfície
não te contempla
Não te contenta
O menino
Viaja
Ícaro, Narciso, Potter,
Dinossauro, Laura Ingalls, cavalgadas,
Montaria perfeita
Etiquetas sociais
Deidades…
Tu tens bagagens…
Tua magia
Teu encanto
Tua elegância
Feitos na forja da chama:
Força, beleza, ternura, bondade que emana
sendo tanta, derrama.
E, se antes,
quisera tua presença
quero mais ainda:
teu lastro
na resplandecência
de teus
compromissados atos
Tuas tão significantes conquistas
Teu evolutivo voo
Filho, irmão, tio
Amigo, Mestre
Que sempre volta
Consola e basta
Teu és o redondo cosmos
As esferas energéticas
Os astros
O telúrico
As chamas das velas
As fases da lua
O brilho do sol
Os seis elementais
Tudo teu – desde antes
De teu semente
Útero: pequeno espaço
Para um ser gigante.
Daqui te envio
infinito beijo
Protetor abraço
Tu já sabes,
Mas te escrevo
que o todo saiba:
É filho meu!
Amor fecundo!
Orgulho meu!
Maior do mundo!

Iêda Vilas Bôas


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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