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Poluição do Ar: Brasil não monitora. Situação piora

. do ar precisa ser – mas não é – prioridade nos estados brasileiros

Enquanto Coreia do Sul intensifica combate à poluição do ar, não realiza monitoramento

A poluição do ar não é um assunto recente. Pelo contrário, a cada ano, novas regulamentações, necessidades e procedimentos são adicionados às discussões globais sobre o tema. Na Coreia do Sul, por exemplo, as ações para o combate à poluição do ar foram ampliadas com a aprovação do Parlamento, no último mês de março.

A Coreia de Sul representa a quarta maior da Ásia e tem a geração de energia do carvão e as altas emissões de veículos como os principais fatores para o aumento de poluição atmosférica, de forma a provocar uma preocupação generalizada na sociedade, abalando até mesmo os índices de aprovação do presidente sul-coreano.

Diante dessa realidade, medidas especiais foram tomadas. A primeira delas foi disponibilizar o fundo de reserva (estimados em 2,65 bilhões de dólares) para combater danos e/ou atender emergências causados por ar poluído. Na sequência, outros projetos de lei foram aprovados, com destaque para a obrigatoriedade de instalar um purificador de ar dentro todas as salas de aula das escolas do país, além da remoção do limite nas vendas de veículos a gás liquefeito de petróleo (GLP), que produzem menos emissões poluentes do que os tradicionais motores movidos a gasolina e diesel.

No entanto, apesar das boas notícias no cenário global, no território nacional a situação é bastante diferente. Segundo um levantamento da Plataforma da Qualidade do Ar, iniciativa da ONG Instituto de Energia e (IEMA), o Brasil está completamente exposto aos danos da atmosfera poluída e, ainda, apresenta uma grande falha no quesito monitoramento dos poluentes.

A organização aponta que a maior parte do país conta com uma análise mal calculada, sendo que dos 27 estados brasileiros, somente nove realizam algum tipo de monitoramento da qualidade do ar: Minas Gerais, Rio de Janeiro, , Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Paraná e Porto Alegre. Perceba que a região Norte não conta com nenhum representante no controle sobre a poluição do ar.

A grande questão, segundo a meteorologista Beatriz Oyama, é que o monitoramento da poluição do ar no país não é lei. “Tudo no Brasil que aborda a qualidade do ar é descrito em resoluções, como do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), não por lei. Isso faz uma grande diferença, pois tem a regulamentação de monitorar, mas não direciona financiamento”, criando um enorme déficit nessa área.

Além disso, enquanto algumas medidas são tomadas por alguns estados para tentar inibir a emissão de poluentes na atmosfera, o comércio de automóveis no Brasil apresenta crescimento.

Vale destacar, por fim, que de acordo com a Organização Mundial da , 90% da população mundial respira ar poluído, e isso mata cerca de 7 milhões de pessoas por ano. No Brasil, a média é de 50 mil óbitos por doenças desencadeadas pela poluição atmosférica.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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