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Pólvora, fumaça e pato frito: O G7 sob o signo do fogo

Pólvora, fumaça e pato frito: O G7 sob o signo do fogo

Por Mandacaru

A reunião dos sete países mais ricos do mundo aconteceu sob o signo do fogo, neste fim do mês do cachorro louco. Já há alguns meses, o tom crescente da guerra comercial entre EUA e China traça uma rota perigosa, passando por guerra tarifária e cambial – com consequente aumento de preços em escala global. Como os indicadores já apontam o estouro de uma crise econômica mundial pra os próximos meses, este tipo de disputa piora muito a situação e solta no ar o cheiro de pólvora.

Antes da guerra, tudo pode acabar em incêndio

Além do cheiro de pólvora, o G7 aconteceu em meio à fumaça densa do maior incêndio florestal já registrado na história da humanidade. Em ação coordenada de fazendeiros, garimpeiros e madeireiros, a queima desde o dia 11 de agosto. Uma das lideranças do ato terrorista afirmou (segundo o Jornal da cidade de Novo Progresso) que eles estão movidos pelas palavras do Presidente Bolsonaro.

A culpa é de quem?

No ano 64 D.C., o imperador Nero provocou um incêndio em , destruindo quase toda a cidade. Responsabilizou, então, os alvos prediletos de suas próprias teorias conspiratórias: os subversivos cristãos! Na Alemanha de 1933, grupos nazistas incendeiam a Câmara de Deputados e Adolph Hitler culpa os comunistas.

Ah, claro, foram as ONGs!

No atual, o Presidente Bolsonaro tentou acabar com o Ministério do , asfixiou a fiscalização ambiental, cortou a verba do Ibama, incentivou o avanço do nas áreas de reserva. Mas quando os fazendeiros, movidos pelas palavras dele, realizam uma queimada coordenada descomunal, em um vasto território da floresta amazônica, de quem é a responsabilidade? Segundo o Bolsonaro: a culpa é das ONGs ambientalistas europeias!

Por falar em Europa

O Presidente da França, Emmanuel Macron, foi imperativo: a precisava estar na pauta da reunião do G7, o Brasil precisa sofrer sanções econômicas e o acordo com o Mercosul, revisto. O primeiro ministro inglês, Boris Johnson, já disse que concorda plenamente. A Alemanha já estava o Bolsonaro atravessado na garganta, mesmo. Vem chumbo grosso pra cima do mito.

Os dois lados estão certos e errados

Quando acusam o outro lado, tanto Bolsonaro quanto as potências europeias acertam. O Bolsonaro mentiu, mesmo, sobre sua disposição em preservar o meio ambiente. O interesse da Europa é muito mais econômico do que ambiental, mesmo. Mas quando se arvoram a defender a si próprios, tanto as potências europeias quanto Bolsonaro mentem fragorosamente.

É a economia, idiota!

Bolsonaro, que tanto falou em acabar com o viés ideológico, governa com o fígado, baseado em teorias da conspiração. Tentou repetir nas relações internacionais a estratégia de reafirmação da bolha bolsonarista, e deu de cara com as perdas econômicas. Já acusa até a conservadora alemã Ângela Merkel de “comunista”.

Apanha de cima, bate nos de baixo

Enquanto prepara o couro pra apanhar do G7, Bolsonaro desconta a raiva constrangendo publicamente o pato-frito da Justiça, . O Mito quer mudar o comando da Polícia Federal, coincidentemente onde estão investigando o primeiro-filho Flávio Bolsonaro. Diante da pergunta: mas não é da alçada do ministro da Justiça? Bolsonaro não teve dúvida: “quem manda sou eu e pronto!”. Entendeu, Moro? Lembra da carta branca prometida, no Ministério da Justiça? Era fakenews!

Abalou a relação

Os veículos de comunicação que têm ligação com Sérgio Moro demonstram que o ex-juíz e ex-superherói está magoado com o chefe. O tom é “presidente, em vez de constranger, demita logo”. Outro sinal nítido é a posição do Robin – quer dizer: do Deltan Dalagnol. O menino prodígio partiu pra cima do Bolsonaro, dizendo que o Mito se afasta cada vez mais da luta contra a corrupção. Se afasta agora? Santa ingenuidade, Barrichelo!

Como disse o poeta

“Que mentira, que lorota boa”

Fonte: Pau de Atiradeira


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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