Quem ameaça a democracia brasileira?

Quem ameaça a democracia brasileira?

Moro é a maior ameaça à democracia brasileira, diz fundador do site The Intercept

Esmael Morais

Com mais de 1 milhão de mensagens do Telegram em seu poder, obtidas junto a hackers, segundo a Polícia Federal, Glenn até “alivia” para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando fala do ex-juiz da Lava Jato.

“A maior ameaça à democracia brasileira não é Jair Bolsonaro. A maior ameaça é Sergio Moro. Ele não tem limites para o seu autoritarismo. Até seus apoiadores no Ministério Público Federal e na Lava Jato sabiam disso”, afirma o responsável pela Vaza Jato.

“Que Moro vê o poder legal puramente como brinquedos para seu próprio avanço político é comprovado pelo fato de que mesmo seus apoiadores do LJ/MPF disseram que ele protegeria a da família Bolsonaro (Flávio) para avançar em sua própria carreira.”

Para o jornalista, Bolsonaro é uma ameaça menor porque sua “incompetência”, “palhaçada” e a “corrupção de sua família” o impedem de ser efetivo.

Glenn Greenwald acusa o ministro Moro de usar o cargo para fins políticos, de abusar da função pública para punir críticos como o presidente da OAB e ignorar crimes que prejudiquem o ex-juiz.

“Moro faz que a Polícia Federal dedique recursos maciços a crimes que prejudicam ele ou seus aliados”, escreve o fundador do Intercept. Segundo ele, “Moro abusa do poder da lei para punir seus críticos (Santa Cruz). Mas crimes que beneficiam Moro (v.g. o Pavão) são ignorados. Ele vê o sistema legal só como uma arma para seus fins políticos.”

O jornalista Glenn Greenwald cobra da PF investigação sobre a origem de do “Pavão Misterioso”, que espalhou notícias falsas sobre o deputado Davi Miranda (PSOL-RJ) e o ex-deputado Jean Wyllys, bem como responsável por forjar documentos sobre jornalistas e parlamentares. Glenn cita a capa da revista IstoÉ acerca da compra do mandato.

“Quero enfatizar de novo: há mais informações do que o PF incluiu em seu relatório final apontando para o dono do site Terça Livre como o Pavão”, denuncia, referindo-se à página bolsonarista.

Glenn também disparou contra outros sites e órgãos de comunicação lavajatistas e de extrema-: “É incrível que todos os leitores do Antagonista e ouvintes do Jovem Pan, e o monte de sites/canais pró-Bolsonaro e pró-Moro que foram levados a acreditar que o Pavão fosse real e que nossa prisão fosse iminente, não ficassem zangados. Eles são um rebanho que quer ser enganado.”

Ainda sobre as fake news, o jornalista do Intercept recorda que inicialmente espalharam besteiras como hackers russos, pagos em bitcoins e envolveram Edward Snowden.

O fundador do Intercept Brasil não tem dúvidas da seletividade de , que ele é uma ameaça à democracia brasileira, e por isso pensa fazer uma campanha pelo seu impeachment do cargo de ministro da .

De acordo com Glenn Greenwald, Moro controla a PF e nada faz para resolver os crimes graves. A isso se chama prevaricação, crime tipificado no Código Penal.

Fonte: Blog do Esmael


 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!