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ROMEU E JULIETA: CASAMENTO PERFEITO NA CONFEITARIA MINEIRA

ROMEU E JULIETA: CASAMENTO PERFEITO NA CONFEITARIA MINEIRA

Romeu e Julieta: O casamento perfeito da Goiabada com o Queijo Mineiro

Imagine uma versão gelada da goiaba com queijo, a nossa mais perfeita tradução da clássica sobremesa servida nas mesas das Minas Gerais…

Por Lúcia Resende

Pois essa versão existe, e se chama Romeu e Julieta, uma torta gelada feita com os clássicos queijo e doce de goiaba, presentes na gastronomia mineira desde os tempos coloniais.

Embora sua confecção seja um pouquinho demorada, o processo é fácil e o resultado imperdível. Basta seguir os passos propostos nesta publicada por Nídia do Carmo, editora e redatora do site  tudoreceitas:

INGREDIENTES:

Para a massa:

• 1 pacote de biscoito maisena (200 g);

• ½ pacote de manteiga derretida (100 g). Para o recheio:

• 300 mililitros de integral;

• 300 gramas de ricota;

• 03 colheres de sopa de manteiga sem sal (60 g);

• 1 lata de ; • 3 ovos. Para a cobertura:

• 200 gramas de goiabada;

• ½ xícara de água (120 mililitros).

PASSOS:

  1. Comece a preparação do recheio fervendo o leite e adicionando a manteiga. Bata a ricota no liquidificador e, aos poucos, vá juntando o leite fervido para que se desfaça completamente. Junte os ovos e o leite condensado e volte a bater para misturar.
  2. Despeje o recheio sobre a base de biscoito e leve ao forno a 150ºC, deixando assar lentamente até o creme ficar consistente. Separadamente, derreta a goiabada com a água e use a mistura para cobrir o cheesecake depois de assar.
  3. Coloque sua torta de Romeu e Julieta na geladeira deixando esfriar por 2 horas. Depois está pronta para servir!

ROMEU E JULIETA: CASAMENTO PERFEITO NA CONFEITARIA MINEIRA
Imagem: Museu do Açúcar

CONHEÇA MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA GOIABADA COM QUEIJO 

Há comidas que, separadas, são uma delícia. Juntas, porém, atingem um grau de perfeição que as torna ideal uma para a outra. Arroz e feijão, café com leite, lombo com abacaxi e, claro, a famosa goiabada com queijo!

Não à toa, essa iguaria é conhecida como Romeu e Julieta. Pelo fato de um ser doce e o outro salgado, pareciam impossíveis de combinar. Entretanto, como na famosa de de William Shakespeare, foram feitos um para o outro.

Mas você já se perguntou como surgiu essa combinação? Vamos saber um pouco mais sobre essa deliciosa e tradicional sobremesa!

Histórias cruzadas

No , tanto a produção do queijo quanto da goiabada está ligada aos colonos portugueses.

Assim que eles se instalaram em Minas Gerais, começou uma tentativa de produzir o queijo tradicional de seu país de origem.

No entanto, em vez de leite de ovelha, como era comum em Portugal, os colonos fizeram uso do leite de vaca, originando assim o famoso queijo minas.

Atualmente, o queijo minas é o maior produto da gastronomia do , tendo ganhado o título de Cultural Imaterial Brasileiro.

Já a goiabada, que era produzida para conservar a fruta em forma de doce desde os tempos romanos, surgiu no Brasil para substituir o marmelo na fabricação da marmelada, sobremesa típica de Portugal.

Assim como esta última, a goiabada também tem consistência firme e leva água e açúcar.

Goiabada com queijo: casamento feliz e duradouro

Não se sabe exatamente como a combinação da goiabada com queijo surgiu, mas acredita-se que tenha sido nos fartos cafés da tarde tomados em terras mineiras no período colonial, quando havia muitos ingredientes à mesa.

Assim, era possível combinar esses ingredientes aparentemente distantes, dando origem à deliciosa iguaria. Ainda assim, aponta-se também que ela tenha influência de um país europeu. E não, não estamos falando de Portugal, e sim da… Bulgária!

Quem diria, não é mesmo?

Fato é que o Romeu e Julieta tornou-se um clássico da culinária mineira, podendo ser experimentado nas do roteiro entre Serras, em especial na cidade de Barão de Cocais. Mais ainda, a receita se espalhou pelo Brasil, sendo consumida nas várias regiões do país e por todas as classes sociais — o que, inevitavelmente, fez a receita variar um pouco ao longo do .

Variações

Geralmente, o Romeu e Julieta leva goiabada de barra e queijo tipo minas. Porém, é possível brincar com os dois ingredientes, variando o sabor sem perder a química dessa mistura impecável.

Você pode, por exemplo, derreter o queijo sobre a goiabada, alterando o sabor e a textura, ou trocar o tipo de queijo, optando pelo prato, canastra ou mesmo o requeijão cremoso. Outra ideia é preparar um mousse de queijo e cobri-lo com uma calda de goiabada.

Há quem aposte também na calda de goiabada em combinação com o sorvete de queijo, especialmente no verão. Como deu para ver, as possibilidades são muitas!

O que achou dessas variações? Conhece algum outro tipo de combinação possível do Romeu e Julieta? Antes de correr para pegar a faca e partir um pedaço de goiabada com queijo, deixe um comentário!

Fonte: Circuito do Ouro via Goiabada Celeste 

 

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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